domingo, dezembro 22, 2024

7% das gestantes brasileiras tem parto prematuro

O parto prematuro é um importante desafio da Medicina Fetal. No Brasil, aproximadamente 7% das grávidas dão à luz antes de atingir os nove meses de gestação. A prematuridade é responsável por grande parte das complicações pulmonares e neurológicas e dos óbitos intrauterinos e por aqueles que ocorrem no período imediatamente após o parto. Além disso, pode estar envolvida em complicações tardias, como sequelas neurológicas e prejuízos na visão.

“Existe uma clara associação entre o risco de sequelas no recém-nascido e a idade gestacional do nascimento. Do total de partos prematuros, aproximadamente metade ocorre por trabalho de parto prematuro propriamente dito, com contrações e dilatação do colo uterino. Outras causas comuns são a ruptura da bolsa e doenças maternas ou fetais que necessitam da antecipação do parto e do nascimento prematuro do bebê”, explica o assessor médico para Medicina Fetal do Fleury Medicina e Saúde, Mário Henrique Burlacchini de Carvalho.

Apesar da melhoria no acesso à assistência pré-natal, maior conhecimento sobre os fatores de risco e das principais causas de prematuridade, mesmo em países desenvolvidos, não tem sido observada redução nas taxas de partos prematuros. Nos Estados Unidos, a incidência desses partos aumentou de 9,5% ,em 1981, para 12,7%, em 2007. Na Europa, a incidência está em torno de 8 a 9%; no Brasil, em 7%.

“Ainda não temos um consenso sobre a causa dessa tendência, mas há evidências de que a mudança do estilo de vida no mundo moderno, com a gestante exposta a situações com maior intensidade de estresse, com sobrecarga física, mental e psicológica – consequência da sua inserção no mercado de trabalho – pode estar contribuindo para o aumento ou mesmo a estabilização das taxas de prematuridade em níveis elevados”, afirma Burlacchini.

Diagnóstico

Os métodos mais tradicionais utilizados para identificar as gestantes de risco para o parto prematuro, baseados na história obstétrica, em dados demográficos e em sintomas, tais como contrações uterinas e dilatação do colo uterino, não apresentam boa sensibilidade e, portanto, têm baixo poder de predizer o desfecho de prematuridade no caso em questão. Aproximadamente 50% das gestantes que evoluem com parto prematuro apresentam algum sintoma ou fator de risco identificável na entrevista médica e no exame físico da paciente.

Diversos métodos foram desenvolvidos com a intenção de sinalizar o risco de ocorrência do parto prematuro. No entanto, a fibronectina fetal e a avaliação ultrassonográfica transvaginal do colo uterino têm sido os que apresentam melhor eficácia e maior facilidade de aplicação clínica.

A fibronectina fetal (fFN) é encontrada na placenta e no líquido amniótico. É liberada na secreção vaginal quando ocorre qualquer processo que afete a mãe, placenta ou o feto e, por isso, está associada ao parto prematuro. É normalmente encontrada na secreção vaginal nas primeiras 22 semanas de gestação (até o quinto mês) e após a 36ª semana gestacional (no final do 8º mês).

“É muito importante realizar o exame de fibronectina fetal, pois quanto antes for detectada a propensão para um parto prematuro, maior será a possibilidade de instituir medidas preventivas e menor será o risco do bebê sofrer complicações”, diz o especialista.

A fibronectina fetal é indicada a dois grupos de grávidas: as gestantes sintomáticas, com queixas de contrações uterinas e aquelas assintomáticas, mas com alto risco para prematuridade, em especial se houver história prévia de parto prematuro, e as que cursam com gestação múltipla.

Coleta
A coleta da fibronectina fetal deve ser realizada apenas nas seguintes condições: idade gestacional entre 22 e 36 semanas, bolsa íntegra, dilatação cervical menor que três centímetros, ausência de sangramento genital e abstinência de relação sexual nas últimas 24 horas.

As amostras são constituídas de secreção cervicovaginal coletadas com auxílio do espéculo e do kit próprio para o exame. “É importante não realizar toque vaginal, coleta de outros exames vaginais e uso de lubrificantes vaginais antes da coleta do exame, uma vez que esses recursos aumentam as taxas de falso positivo ou negativo”, esclarece Burlacchini.

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