Jaraguá do Sul – Profissionais da Secretaria da Saúde estarão na Praça do Expedicionário (praça do terminal urbano) neste
sábado (5), das 8 às 12 horas, distribuindo material informativo e prestando orientações à população sobre os cuidados com
a leptospirose. A atividade faz parte de um conjunto de ações que a secretaria vem realizando desde o início do ano contra
a doença.
A leptospirose está diretamente relacionada às enchentes e enxurradas, quando a urina dos ratos, presente em esgotos e
bueiros, mistura-se à água e à lama. “Diante das fortes chuvas que atingiram nosso município no último mês, é esperado um
aumento do número de casos da doença”, esclarece o secretário da Saúde, Francisco Garcia.
Desde o dia 20 de janeiro, quando foram registrados inúmeros alagamentos em Jaraguá do Sul, a secretaria da Saúde monitora
os casos de leptospirose relacionados às enxurradas. Até o momento 75 casos suspeitos da doença foram notificados, mas
nenhum foi confirmado. “Estamos aguardando os resultados dos exames para a confirmação dos casos. Os exames são realizados
pelo Laboratório Central de Santa Catarina (Lacen) e o resultado demora aproximadamente 15 dias”, explica o diretor de
Vigilância em Saúde, Walter Clavera. É fundamental que todo paciente com suspeita de leptospirose procure imediatamente
atendimento médico para iniciar o tratamento contra a doença. Não é necessário aguardar o resultado do exame para iniciar
o tratamento. O exame tem como único objetivo a confirmação epidemiológica da doença. A leptospirose é uma doença curável,
e o diagnóstico e o tratamento precoces são a melhor solução.
Em 2010, a Secretaria da Saúde de Jaraguá do Sul registrou 84 casos suspeitos de leptospirose. Neste ano, em pouco mais de
um mês, 75 casos suspeitos da doença foram notificados. “A situação é preocupante. Tivemos um grande número de casos
suspeitos de leptospirose no início deste ano em relação a todo o ano passado. Por isso mobilizamos nossas equipes e
estamos em constante monitoramento da doença”, destaca o secretário da Saúde.
Saiba mais sobre a leptospirose
1. O que é leptospirose?
É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira, presente na urina do rato.
2. Como se pega a leptospirose?
Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama
das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminadas poderá se infectar. A Leptospira penetra
no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão. Na época de seca, oferecem riscos à saúde humana
o contato com água ou lama de esgoto, lagoas ou rios contaminados e terrenos baldios onde existem ratos. Portanto, deve-se
evitar o contato com esses ambientes.
3. Quais os sintomas?
Os sintomas mais frequentes são: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas (batata-da-
perna), podendo também ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas). Nas formas mais graves são
necessários cuidados especiais, inclusive internação hospitalar.
4. O que fazer ao manifestar esses sintomas?
Se você apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo, alguns dias depois de ter entrado em contato com as águas de
enchente ou esgoto, procure imediatamente a unidade de saúde mais próxima da sua residência. Não se esqueça de contar ao
médico o seu contato com água ou lama de enchente. Somente o médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a
doença.
5. Quanto tempo demora para a doença aparecer?
Os primeiros sintomas podem aparecer de um a 30 dias depois do contato com a enchente. Na maior parte dos casos, aparece
de sete a 14 dias após o contato.
6. Como evitar a doença?
Evite o contato com água ou lama de enchentes e impeça que crianças nadem ou brinquem em ambientes que possam estar
contaminados pela urina dos ratos. Pessoas que trabalham na limpeza de lamas, entulhos e desentupimento de esgoto devem
usar botas e luvas de borracha (se isto for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés). Também
são necessárias medidas ligadas ao meio ambiente, tais como o controle de roedores, obras de saneamento básico
(abastecimento de água, lixo e esgoto) e melhorias nas habitações humanas.
7. E se o contato com água contaminada for inevitável, como proceder?
Neste caso, a única forma de reduzir riscos à saúde é permanecer o menor tempo possível em contato com essas águas. Se a
enchente inundar as residências, após as águas baixarem será necessário lavar e desinfetar o chão, as paredes, os objetos
caseiros e as roupas atingidas com água sanitária, na proporção de quatro xícaras de café deste produto para um balde de
20 litros de água. Depois, enxaguar o ambiente e objetos com água limpa. Todo alimento que teve contato com água
contaminada deve ser jogado fora, pois pode transmitir doenças.
Também é importante limpar e desinfetar a caixa d’água com uma solução de água sanitária, da seguinte forma:
a) Esvazie e lave a caixa d’água, esfregando bem as paredes e o fundo;
b) Após acabar de limpar, adicionar 1 litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água no reservatório;
c) Depois, abra a entrada principal da água e encha a caixa d’água com água limpa; feche o registro após o enchimento da
caixa;
d) Após 30 minutos, abra as torneiras por alguns segundos para que essa água misturada com água sanitária entre na
tubulação;
e) Aguarde uma hora e trinta minutos para que se faça a desinfecção;
f) Abra novamente as torneiras, para drenar toda a água. A água que sai pelas torneiras pode servir para a limpeza de chão
e paredes.
g) Encha novamente a caixa com água limpa.
8. Quais são as principais medidas para evitar ratos?
• Manter os alimentos armazenados em vasilhames tampados e à prova de roedores;
• Acondicionar o lixo em sacos plásticos em locais elevados do solo, colocando-o para coleta pouco antes do lixeiro
passar;
• Caso existam animais no domicílio (cães, gatos e outros), retirar e lavar os vasilhames de alimento do animal todos os
dias antes do anoitecer, pois ele também pode ser contaminado pela urina do rato;
• Manter limpos e desmatados os terrenos baldios;
• Jamais jogar lixo à beira de córregos, pois além de atrair roedores, o lixo dificulta o escoamento das águas, agravando
o problema das enchentes;
• Grama e mato devem ser mantidos roçados, p ara evitar que sirvam de abrigo para os ratos;
• Fechar buracos de telhas, paredes e rodapés para evitar o ingresso dos ratos para dentro de sua casa;
• Manter as caixas d’água, ralos e vasos sanitários fechados com tampas pesadas;
• Lembre-se: uma vez instalados num determinado local, os ratos começam a se reproduzir, multiplicando-se rapidamente, o
que dificulta o seu controle e aumenta o risco de transmitir doenças.
Fonte do texto pergunta-resposta: Ministério da Saúde www.saude.gov.br