Balneário Camboriú – Numa ação inédita realizada pela Prefeitura de Balneário Camboriú, através da Secretaria do Meio Ambiente (Semam), com a parceria da Secretaria de Educação e dentro do programa Terra Limpa, a cidade está dando destino a uma tonelada de lixo tóxico, composto por pilhas e baterias usadas, em geral. O carregamento seguiu esta semana para São Paulo, para uma empresa que aproveitará não apenas o plástico e o aço desses materiais, mas principalmente seu composto interno que, ao invés de poluir o meio ambiente no lixo domiciliar, se transformará em sais e óxidos metálicos para a produção de cerâmica, tintas, vernizes entre outros ítens da indústria.
Apesar de a Prefeitura e a empresa concessionária dos serviços de coleta de lixo urbana em Balneário Camboriú não serem obrigadas a recolher esse material, e sim o fabricante, o lixo tóxico começou a ser acumulado em 2007, mas até o final de 2008 não se sabia o que fazer com ele. Segundo explicam as educadoras Carla Cravo e Mara Becker Lins, da Secretaria do Meio Ambiente, a ação foi incorporada ao Terra Limpa para cumprir legislação estadual (12.863/2004) e também a resolução 257/1999, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Pela resolução nacional, todos os estabelecimentos que comercializam esses produtos deveriam recolher e devolver a sua indústria, o que em Balneário Camboriú não estaria acontecendo, pelo menos não de forma efetiva. A Semam recolheu os primeiros materiais e descobriu que se levasse às lojas que vendiam esses produtos, eles acabariam retornando para a Secretaria.
Pela lei estadual, em seu artigo quinto, ficou determinada, nos municípios catarinenses, a criação de espaços para a instalação de equipamentos coletores de pilhas, baterias de telefones celulares, pequenas baterias alcalinas e congêneres, quando não mais aptos ao uso, em todas as unidades educacionais das redes públicas municipal, estadual e federal e ainda na particular. Segundo explicam as educadoras, foram espalhadas pelas escolas de Balneário Camboriú garrafas pet de cinco litros de capacidade, para armazenar esse lixo que descarta elementos como cádmio, mercúrio e chumbo, que apresentam riscos à saúde. Periodicamente, a Semam passa recolhendo as garrafas(a cada vez que ficam cheias), aproveitando essa passagem, para receber o material que será usado na Oficina Ambiarte, projeto que aproveita papel reciclável.
Mas, a questão era saber o que fazer com tantas pilhas e baterias, levados à Secretaria. Ao final de dois anos – fechados nesta semana -, a entidade municipal conseguiu dar destino a todo esse material, fazendo o tranporte para a empresa paulista. "Para nós, a remessa desse material para São Paulo foi uma verdadeira conquista em 2009. Não se pode, de maneira alguma, misturar pilhas e baterias ao lixo comum", enfatiza Carla.
Mara explica que havia outra opção de remessa, que seria um aterro industrial em Joinville. "Mas nesse caso, o lixo acaberia sendo enterrado e há um estudo da UFSC(Universidade de Santa Catarina) que revela que esse método não é cem por cento eficaz. Foi o melhor que a Prefeitura fez, encaminhando essas pilhas e baterias para o reaproveitamento", finaliza.
Quem já se conscientizou da importância de não descartar pilhas e baterias no lixo comum, poderá encaminhá-las para as escolas públicas ou privadas de Balneário Camboriú. Esse material será reaproveitado para não poluir o meio ambiente. "A gente lembra para que as pessoas acondicionem esses materiais usados em garrafas pet fechadas, para serem transportadas de maneira segura", complementa Carla.
Fonte: Assessoria de imprensa