Demi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, diz que a internet de alta velocidade no país é cara e deixa a desejar
A banda larga no Brasil é uma das mais caras e mais lentas do mundo. A avaliação foi feita por Demi Getschko, considerado um dos pais da internet no país, em entrevista ao Roda Viva.
Para Getschko, a banda larga no Brasil – no que diz respeito a qualidade e velocidade – deixa muito a desejar quando comparada com países mais desenvolvidos. Os internautas são frequentemente prejudicados com as panes de conexão. “São várias as causas que provocam as quedas da rede, não dá pra explicar exatamente o que acontece.”
Engenheiro eletricista, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR e conselheiro do Comitê Gestor da Internet no Brasil, Getschko não concorda com uma possível regulamentação da internet. “Meu medo é que pela novidade e falta de cristalização do processo, existam iniciativas apressadas e afoitas”, diz. E acrescenta: “precisamos ter cuidado. Ataque via vírus, estelionato, pedofilia, tudo isso já está qualificado. A internet cria poucos crimes novos. Por isso, não podemos punir a rede, tirando um site ou serviço do ar, é preciso punir os malfeitores”.
Getschko diz que a internet é um mundo perigoso em que as áreas seguras e as de risco estão muito próximas, sem qualquer separação ou identificação, por isso as pessoas que a utilizam têm que fazê-lo com muita cautela. “No caso de jovens e crianças, por exemplo, é preciso evitar que eles acessem algumas áreas e tentar criar em casa certos filtros domésticos. Não podemos transferir esse papel para o Estado.”
O conselheiro do CGI acredita que a internet faz a humanidade mais feliz. “Ela deu palco para uma parcela grande da humanidade que não tinha ação. Nós éramos muito mais passivos do que hoje. Essa é uma mudança irreversível. Temos um monte de problemas por causa da internet, mas as vantagens superam, em muito, as desvantagens.”
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