Nós costumamos relacionar os efeitos nocivos do alcoolismo somente ao fígado, mas isso é um engano. Todo o aparelho digestivo sofre com a ingestão do álcool. Na realidade, em casos de bebedeiras ocasionais, o mais prejudicado é o estômago.
Quando bebemos muito em um intervalo de tempo curto, o estômago sobrecarrega e a sua mucosa fica irritada. Com isso, o órgão não consegue fazer a digestão corretamente, o que leva ao aumento da produção de ácido gástrico como compensação. O resultado são os enjoos e vômitos, que são uma forma de defesa do organismo. Eliminar do corpo aquilo que lhe esteja fazendo mal.
São assustadores, mas não surpreendentes, casos em que observamos sangramento em quem bebeu demais. O etanol pode causar uma gastrite aguda, com pequenas lesões no estômago. Geralmente, o organismo se recupera sozinho, mas pode ocorrer da doença evoluir para quadros mais graves, como a gastrite crônica.
A ressaca também é resultado dessa agressão ao órgão. A melhor forma de prevenir essa horrível sensação é comer antes ou, pelo menos, ao mesmo tempo em que toma sua cerveja ou cachacinha. A comida absorve parte do álcool e o estômago tem mais facilidade em digerir. Da mesma forma, também vale tomar bastante água, pois ela dilui o álcool, diminuindo sua agressividade e facilitando o trabalho do aparelho digestivo. No dia seguinte, para curar a ressaca, repouso, uma alimentação leve e, claro, muita água. De olho nessas informações, vale a pena refletir sobre como e o quanto você bebe. Não exagere na bebida para poupar seu corpo, nem beba de barriga vazia. Bom senso é o segredo. Doutor Carlos A. Sabbag (CRM-PR 9950)