Rio de Janeiro – A Fundação Oswaldo Cruz quer contar com mais recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) para desenvolver pesquisas em saúde. Hoje (30), a instituição firmou um acordo com o banco para discutir perspectivas de investimentos e formas de ajudar no desenvolvimento de empresas que trabalhem com o setor no país.
Nos próximos cinco anos, a FioCruz quer arrecadar cerca de R$ 1 bilhão para a produção de vacinas contra dengue e malária, além de concluir a instalação de pólos tecnológicos em Minas Gerais e no Ceará, por exemplo. Atualmente, por conta do modelo jurídico, a fundação enfrenta restrições para captar dinheiro da iniciativa privada e do BNDES.
“Queremos ver a possibilidade de fechar parcerias com instituições da área pública ou privada para alavancar empréstimos que não sejam só os não reembolsáveis”, explicou o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha. Segundo ele, a instituição já está discutindo mudanças em seu modelo jurídico para poder buscar novas formas de financiamento.
Por meio da parceria com o BNDES, a FioCruz também vai auxiliar na definição de critérios para o desembolso de recursos para empresas na área de saúde. A ideia é que com sua experiência, a Fiocruz ajude o banco a escolher projetos de acordo com a necessidades do país. “Do ponto de vista de apoio ao sistema empresarial, temos todo o interesse”, disse o presidente do banco, Luciano Coutinho.
Ele lembrou que por meio do Fundo Tecnológico (Funtec), o BNDES já aprovou R$ 30,4 milhões para a fundação. "A partir do acordo, no futuro, é possível imaginar mais aportes do fundo e também no desenvolvimento de cadeias produtivas de empresas fabricantes de vacina, medicamentos e equipamentos”, acrescentou.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que participou do evento, disse que “mais investimentos no complexo industrial da saúde tiram o país da vulnerabilidade setorial e ampliam a capacidade de o Brasil dar resposta mais rápidas aos grandes problemas de saúde pública”.
Isabela Vieira/ABr