Brasília – O Brasil emprestará US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). É a primeira vez que isso ocorre, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O financiamento será feito através da aquisição do bônus do FMI. Os títulos estão sendo preparados e serão expressos em Direito Especial de Saque (DES), uma espécie de moeda do Fundo.
“Assim que o fundo terminar de produzir esses bônus, estaremos fazendo esse aporte de US$ 10 bilhões. Na verdade, é uma aplicação que o Brasil está fazendo de suas reservas e dando uma disponibilidade financeira para o FMI”, disse Guido Mantega, ao fazer o anúncio da operação. O governo brasileiro tem atualmente US$ 204 bilhões nas reservas internacionais do país.
O ministro disse ainda que os recursos poderão ajudar os países emergentes, principalmente, aqueles em desenvolvimento que hoje têm escassez de capital por causa da crise financeira mundial. Ele enfatizou que, diante de uma crise de grande “envergadura”, o Brasil está em condições mais sólidas para emprestar recursos ao Fundo Monetário.
“No passado, era ao contrário: o Fundo emprestava ao Brasil, que nos socorria quando o país era menos sólido. Hoje, o Brasil alcançou essa solidez e acumulou as reservas suficientes para poder ajudar a comunidade internacional, principalmente os países os que estão em dificuldade.”, afirmou.
Segundo ele, as condições que permitiram ao país emprestar recursos ao Fundo são o fluxo positivo recursos internacionais para o Brasil e o aumento das reservas internacionais brasileiras. O ministro esclareceu ainda que os recursos permanecerão nas reservas, mesmo com a compra dos títulos do Fundo. Na operação, o Brasil adquire os US$ 10 bilhões em títulos e se quiser poderá utilizá-los em operações com o próprio Fundo.
“É um segundo passo importante que o Brasil tem dado no sentido de tornar o Brasil credor do Fundo e não devedor como no passado”, afirmou.
Em abril deste ano, o FMI convidou o Brasil a fazer parte dos países credores da organização multilateral, tendo o governo brasileiro aceito a proposta. Segundo Mantega durante reunião do G-20, em Londres, ficou combinado que os países mais fortes, os que possuem recursos disponíveis dessem aporte de forma que o Fundo Monetário obtivesse mais US$ 500 bilhões para poder ajudar os países em dificuldade.
“Esses aportes são importantes porque ajudam a encurtar a crise financeira internacional. Ajudem os países que têm hoje dificuldade a voltar para o comércio internacional e as transações internacionais, pois os países, com a crise, deixaram de importar e de participar do comércio internacional e dos investimentos por falta de recurso." seus clientes em todas as etapas, desde a prospecção até a cobrança.
Daniel Lima/Abr