O aumento das taxas de juros anunciada pela Caixa dificultará acesso ao financiamento imobiliário.
O consumidor que é cliente da Caixa Econômica Federal foi o mais prejudicado com a elevação das taxas de juros para o financiamento imobiliário, anunciada pelo banco e que entrou em vigor desde 19/01, avalia a PROTESTE Associação de Consumidores.
A alta do Custo Efetivo Total (CET) foi maior para os imóveis financiados pelo Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que envolve financiamentos com valores superiores a R$ 750 mil para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, ou R$ 650 mil para os demais estados. Os juros aumentaram principalmente para quem é cliente do banco, ou seja, que tem qualquer tipo de relacionamento com a instituição financeira.
A PROTESTE fez uma simulação dos valores de financiamento imobiliário com as novas taxas para dois perfis e comparou com o último estudo, feito no ano passado. A diferença pode ser de R$ 137.591,05 para um imóvel de R$ 800 mil, que é financiado pelo SFI para o consumidor sem nenhum tipo de relacionamento com o banco (taxa balcão). No estudo anterior, o valor pago no término do financiamento era de R$ 1.370.251,58. Com a elevação dos juros, o valor passa a ser de R$ 1.507.842,63.
E para um imóvel de R$ 400 mil que é financiado pelo Sistema de Financiamento Habitacional (SFH), para o consumidor com relacionamento e conta salário na instituição financeira, o valor do financiamento foi de R$ 748.053,91 no estudo anterior. Se for aplicada a elevação dos juros, sairá por R$ 767.449,48. Uma diferença de R$ 19.395,57.
Para os imóveis financiados através do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), destinado à imóveis de até R$ 750 mil para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal e até RS 650 mil para os demais estados, a taxa de juros sofre alteração para os consumidores que tem relacionamento com a Caixa e permanece a mesma para quem não é cliente do banco.
A Caixa informou que as mudanças ocorreram devido ao aumento da taxa básica de juros (Selic), que atualmente é de 11,75%.
Dicas:
• Antes de se decidir pela compra do imóvel, avalie todos os custos. Além das taxas de juros, não se esqueça de avaliar o Custo Efetivo Total (CET), pois esta é a melhor forma de saber qual financiamento é o mais vantajoso. Quanto menor o CET, mais baixo será o custo do financiamento. Os bancos são obrigados a informar o CET, inclusive nos anúncios.
• Financiar um imóvel não é uma decisão simples. Não apenas por se tratar de uma dívida de longo prazo, mas por ser um processo complexo e burocrático.
• Na hora de fazer as contas, não esqueça que a compra de um imóvel tem outros custos além do financiamento. Reserve recursos para pagar as certidões (registros) e os impostos. Além disso, será preciso ainda pagar o Imposto de Bens Imóveis (ITBI) ao município onde está a propriedade. Só depois será possível dar entrada na nova escritura.
• Se possível, use o saldo do FGTS como entrada, diminuindo o valor financiado. Lembre-se de quanto maior a entrada, menor será o seu financiamento.
• Se puder, poupe por um ano o valor equivalente ao que pagaria no financiamento. É uma boa experiência de poupança, que ainda pode aumentar o valor dado de entrada.
• Periodicamente, saque seu FGTS e amortize parte do saldo devedor. Faça o mesmo com qualquer renda extra, como férias e 13º salário. Tente não prolongar a dívida, pois pode não valer a pena.
UNOPressPress