Segundo anestesiologista e especialista em dor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, João Marcos Rizzo, a associação de fármacos é uma das melhores terapias para o problema, com mais resultados e menos efeitos colaterais.
A pessoa está com dor. Vai ao médico e recebe a prescrição de um medicamento que alivia o problema, mas traz consigo uma série de outros efeitos. Náuseas, vômito, dor de cabeça, tontura. Logo, o paciente desiste da medicação e a dor recomeça.
Esta situação comum foi controlada com a combinação de fármacos que diminuem a sensação de mal-estar e também proporcionam maior alívio ao problema. A Organização Mundial de Saúde é uma das defensoras da terapia multimodal, como é chamada, recomendando a associação de medicamentos em toda sua escala terapêutica de combate à dor.
“A utilização de drogas combinadas é altamente benéfica para tratamento de qualquer tipo de dor, apresentando mais resultados em espaço curto de tempo. Com menos substâncias, os efeitos colaterais, como vômitos, náuseas e dores de cabeça diminuem de forma considerável”, afirma João Marcos Rizzo, anestesiologista e especialista em dor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Segundo o médico, a redução de efeitos adversos aumenta a adesão do paciente ao tratamento, principalmente se a medicação multimodal estiver contida em um único comprimido.
Um exemplo é o Tramadol, substância eficaz no tratamento de dores agudas e crônicas de moderadas a intensas e que, segundo o anestesiologista, havia sido praticamente abandonada pelos médicos por apresentar grande incidência de náusea nos usuários. “A utilização de medicação combinada com o tramadol reduziu de forma drástica os efeitos adversos”, afirma Rizzo. Outro avanço foi no pós-operatório, cuja aplicação de terapia multimodal aprimorou a analgesia do paciente e reduziu os efeitos colaterais.