Joinville – O 24º Congresso Catarinense de Recursos Humanos (CONCARH), que iniciou nesta quinta-feira, 20, em Joinville, teve mais de 600 inscritos, batendo o recorde da edição anterior. O evento é uma oportunidade para profissionais da área ou interessados em ingressar na carreira discutirem o mercado de trabalho atual e suas possibilidades. Até esta sexta-feira, 21, no Complexo Expoville, os congressistas poderão assistir a palestras e participar de cursos, minicursos e workshops. “Buscamos representantes das mais variadas ciências que trarão suas contribuições sobre o comportamento do homem na sociedade e o que isso impacta na gestão de pessoas”, explicou a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Regional de Santa Catarina (ABRH-SC), Luzia Frohlich.
Considerado o maior congresso do ramo no Sul do Brasil, o encontro traz palestrantes renomados, como Carmen Pires Migueles. Abrindo a programação, a doutora em Sociologia das Organizações e mestre em antropologia do consumo abordou o tema central do congresso: “Se assim caminha a humanidade, para onde vai a gestão de pessoas?”. A convidada falou sobre pesquisas realizadas com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro e com equipes do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. Os estudos pretendiam saber o motivo de algumas pessoas se destacarem em suas atividades, buscando relacionar o diferencial com os desafios da função de recursos humanos. “Todas as equipes de alto desempenho conseguiram se livrar do individualismo contemporâneo, que atrapalha o bem coletivo, até mesmo onde não há vidas em jogo”, enfatizou Carmen.
A inserção da mulher no mercado de trabalho direcionou a explanação do colunista do jornal Folha de São Paulo e comentarista do jornal da Cultura, Luiz Felipe Pondé. Também mestre em filosofia, Pondé acredita que futuramente pode haver uma mudança na sociedade pelo fato de a mulher optar por não ter filho para se dedicar à profissão. De acordo com ele, estudos demográficos em países mais desenvolvidos apresentaram queda significativa na taxa de natalidade. “No Brasil, o número de mulheres que deixam a casa para trabalhar ainda não é tão representativo, mas muitos casais dividem as responsabilidades, principalmente financeiras”, falou Luiz Felipe.
Com mais de 35 anos na área de gestão de talentos humanos, Cicero Domingos Penha falou sobre sua experiência no setor e a necessidade de atualização do profissional. “A gestão de pessoas é sempre um desafio enorme em qualquer organização. O mercado de trabalho hoje é muito dinâmico e exige preparo forte de quem exerce a liderança”, destacou Penha.
Além das palestras magnas, os participantes assistiram a seis apresentações conduzidas por profissionais de diferentes segmentos. O jornalista Alexandre Teixeira tratou sobre a felicidade no trabalho, que para ele, depende muito do ambiente profissional. Alexandre mencionou o capitalismo consciente, defendido pelo indiano Rajendra Sisodia, professor da universidade americana de Bentley. “O conceito sugere que os empreendimentos tenham um propósito maior, além de gerar lucro. Lucro para todo o grupo, e dispor de uma liderança comprometida”, afirmou Teixeira. Ele citou como exemplo a empresa Whole Foods, líder no varejo de produtos naturais e orgânicos, há 13 anos na lista das melhores para se trabalhar nos Estados Unidos.
Paralelo ao CONCARH acontece a Exposição Catarinense de Produtos e Serviços de Recursos Humanos (EXPOCARH), com mais de 35 estandes, mostrando para os profissionais do setor as oportunidades, inovações e tecnologias para a gestão de pessoas.
Fotos: André Kopsch/Divulgação ABRH-SC
Soledad Urrutia de Sousa
UNOPress