Joinville – Foi protocolado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o pedido de registro de patente da Processadora Modular de Fibra de Bananeira, criada na Udesc Joinville. A processadora é o primeiro equipamento no mundo a conseguir extrair dois tipos distintos de fibras de bananeira: a capa e o couro da planta. Até então, eram utilizadas ferramentas simples como facas, escovas e calandra manual ou máquinas artesanais que produziam apenas a capa.
Com valor estimado em R$ 8 mil a R$ 10 mil, a processadora criada na Udesc funciona a motor e realiza três funções principais: calandragem, separação e raspagem da capa e do couro.
A máquina foi desenvolvida no Laboratório de Desenvolvimento de Produtos (Ladep) do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas. O Ladep observou a necessidade de criar a tecnologia, após ser convidado a compor o Comitê Gestor Fibra da Bananeira, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), em 2008.
A elaboração do conceito inicial teve a participação dos acadêmicos Olivan Bittencourt e Rodrigo Borba (ambos já formados), e do professor Régis Scalice. Posteriormente, o projeto também teve a colaboração do professor José Oliveira da Silva e do aluno Cassiano Moura.
Atualmente, estão sendo fabricadas duas unidades do equipamento. Uma, para uso pela própria Epagri, em seus projetos junto à comunidade, e outra para a empresa Banana Chic, de Jaraguá do Sul, que produz acessórios femininos em fibra de bananeira.
A capa da bananeira, extraída da parte externa das camadas da planta, é a parte mais resistente e é geralmente usada pela indústria de móveis em adornos e estofamento. A capa pode também substituir a fibra de vidro. Já o couro, é retirado da parte interna das camadas da bananeira e, por ser mais macio, é utilizado principalmente pelas indústrias de moda e decoração.
Conforme a Coordenadora de Projetos e Inovação da Udesc, Carla Regina Magagnin Roczanski, esta será a primeira patente exclusivamente da universidade. “Na patente anterior, que já possuímos registro, a titularidade está compartilhada com a empresa Whirpool”, explica.
Conquista também comemorada pelo professor Régis Scalice. “Ser parte da primeira patente totalmente da Udesc me deixa muito contente, pois mostra que os esforços do Ladep têm gerado frutos na formação de recursos humanos com capacidade de inovação e na geração de tecnologia para a agricultura do Estado, especialmente para os pequenos produtores”, disse.
Depois de protocolado, o pedido de registro da patente passará até 30 dias em análise documental, e depois entrará no período de sigilo, que varia de 18 a 36 meses, no qual é analisado pelo INPI, finalizando com a publicação da patente.
Udesc incentiva inovação
Por meio da Coordenadoria de Projetos e Inovação, a Udesc dissemina a cultura da propriedade intelectual e incentiva o registro de patentes e a possível transferência destas tecnologias para transformá-las efetivamente em inovação e gerar desenvolvimento econômico e social para o País.
“Vejo com satisfação, o empenho de nossa reitoria em viabilizar o registro dos conhecimentos gerados em nossa universidade, o que facilitará, e muito, a transferência de novas tecnologias à sociedade”, afirmou Régis.
Foto: Jonas Porto
Isabela Vargas
UNOPress