Pesquisa global do HSBC mostra que o brasileiro deixou de poupar para aposentadoria, apesar de ser otimisma em relação à crise mundial.
O fato do Brasil ser um dos países em posição mais favorável economicamente perante à crise mundial, se reflete no otimismo de 45% dos brasileiros pesquisados, que acreditam que a recessão não perdurará por mais de 12 meses, enquanto a média global é de 29%. Em contrapartida, durante essa fase, 16% pararam de poupar em seus planos de aposentadoria, média superior à global, de 11%, o que pode ocultar uma crise futura em seu envelhecimento. Outro dado alarmante e que já reflete o risco iminente, é o fato de 94% dos brasileiros não terem nenhuma idéia de como serão seus rendimentos na velhice, maior do que a média global de 87%. Essas são algumas descobertas da pesquisa "O Futuro da Aposentadoria, Tempo de se Planejar", divulgada hoje pelo HSBC.
A pesquisa, que está em sua quinta edição, é o mais amplo estudo global sobre atitude, expectativas em relação ao envelhecimento. Neste ano, ouviu cerca de 14 mil pessoas em 15 países, de 30 a 70 anos, sendo 1.017 no Brasil. Entre seus destaques, relatou também que, apesar do envelhecimento mundial da população, há uma imensa falta de preparação das pessoas em relação ao seu futuro, em muitos casos, como no Brasil, observado principalmente como conseqüência do baixo nível de compreensão de suas finanças atuais e de como estas poderão vir a ser no futuro.
Principais dados sobre Brasil X Mundo
. Apenas 6% dos brasileiros acreditam estar bem preparados para aposentadoria, enquanto são 13% no mundo.
. 94% dos brasileiros não têm nenhuma idéia de como serão seus rendimentos na velhice, maior do que a média global de 87%.
. 35% dos brasileiros acreditam entender bem suas finanças de curto prazo, contra o dado mundial de 45%.
. Cerca de 2/3 dos brasileiros (63%) nunca tiveram nenhuma forma de assessoria/ consultoria financeira profissional, acima da média mundial de 47%.
. 40% dos brasileiros são favoráveis ao encorajamento de poupança privada por meio de isenções fiscais, contra o dado global de 31%.
. Apenas 3% são a favor de aumento de impostos para pagar por melhores aposentadorias/ pensões sociais, bem menor que a média global de 13%.
. 9% dos brasileiros são a favor de aumentar a idade limite da aposentadoria e apoiar as pessoas a trabalhar por mais tempo, quase metade da média global de 16%.
Destaque: A Crise Econômica
A crise de crédito, que evoluiu para uma desaceleração econômica mundial, teve um significativo impacto nas finanças da população, bem como em suas atitudes. Embora o FMI espere que o Brasil permaneça em recessão durante todo 2009 e meados de 2010, as pessoas no Brasil – juntamente com outras economias emergentes – são mais otimista do que a média global: 45% dos brasileiros esperam que a desaceleração deverá durar menos de 12 meses; globalmente este cai para 29%.
Muitos consideraram, no entanto, que a desaceleração deverá continuar a afetar-lhes por um tempo, mesmo depois de ter acabado, refletindo suas conseqüências no mercado de trabalho, no rendimento das poupanças e investimentos, etc. Neste cenário, as famílias estão reduzindo despesas com grandes e pequenas compras e também pagando suas dívidas. Inclusive, a questão das dívidas é um tema forte para os brasileiros. 23% dos entrevistados a escolheram como um potencial obstáculo para economizar (em comparação com 18% a nível mundial). Outros 22% dizem que gostariam de procurar aconselhamento financeiro para ajudá-los a fazer escolhas melhores.
Para Fernando Moreira, CEO da HSBC Seguros, a longevidade é um fato, o que resulta numa grande necessidade de incentivar a educação financeira na vida do brasileiro desde cedo. "Somente com informação e planejamento, as pessoas poderão ter qualidade de vida na aposentadoria."
Conclusões
Como todos os países, o Brasil se defronta com uma sociedade em envelhecimento. Neste cenário, vemos os indivíduos adquirindo mais necessidade de se responsabilizar pelo financiamento de sua aposentadoria, dado que a confiança de que os governos são capazes de cumprir com essa obrigação é baixa. Como estratégia de sobrevivência à crise econômica, as pessoas focaram em reduzir suas despesas e dívidas. Como forma de solucionar a questão, o primeiro passo é a necessidade imediata de revisão das finanças pessoais e, principalmente, do aumento do acesso à educação financeira e ao aconselhamento profissional.
Para ter acesso a pesquisa na íntegra, acesse: www.hsbc.com.br/