Os deputados estaduais aprovaram moção de repúdio ao ato do presidente interino Michel Temer (PMDB), que sancionou a Lei 13.301/2016, liberando a pulverização de agrotóxicos em áreas urbanas para combater o mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti. “É uma medida ineficiente e oferece um enorme risco à saúde da população e à contaminação do meio ambiente”, afirmou o deputado estadual Dirceu Dresch (PT), autor da moção.
Dresch criticou o deputado federal Valdir Colatto (PMDB). Ele foi o autor da emenda que permite o uso de aviões para pulverizar veneno nas ações de combate ao mosquito da dengue. A proposta original, enviada ao Congresso Nacional pela presidenta Dilma Rousseff não previa isso. Ela tratava de medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de zika, dengue e febre chikungunya, como a autorização para a entrada forçada em imóveis suspeitos de servirem como criatórios da larva do mosquito. Durante a tramitação na Câmara dos Deputados, a permissão para o uso de aeronaves na dispersão de inseticidas contra o mosquito foi inserida por emenda de Colatto.
“Foi uma emenda alienígena, uma pegadinha, que favorece unicamente os interesses econômicos das empresas de agrotóxicos. Jogar veneno sobre as cidades é um absurdo, uma prática condenada em vários estudos técnicos e rejeitada por órgãos competentes devido a sua ineficiência e o ao potencial de contaminação de pessoas e do meio ambiente pela dispersão aérea de produtos químicos. Estão colocando um benefício econômico de um grupo em detrimento da saúde da população”, disse Dresch.