No último show e também encerramento de seu desempenho público, o cantor Elton John escolheu essa canção de despedida. Parece uma dica reflexiva apropriada para o momento em que nos situamos.
Na estrada de tijolos amarelos (da música Goodbye Yellow Brick Road – Elton John) , os cães da sociedade uivam. Eles não são os pobres de cuja presença se trata em outro ponto do caminho. Os que reclamam são aqueles a quem os meios de comunicação dão sempre a palavra.
Acontece um desastre climático, mas quem fala não é o especialista em clima, e sim aquele que só enxerga os efeitos econômicos do desastre. Sobram imóveis devido ao excesso de construção civil, mas à beira da estrada de tijolos amarelos, as cassandras advertem: não dá mais para investir em moradias populares aqui.
A solução do problema complexo pode ser encontrada mediante apoio ao que diz: “estou voltando para o meu arado”. Impossível. Os cães não aceitariam o retorno de nem mesmo cinco por cento da população.
Eu finalmente decidi minhas mentiras futuras.
Falemos sobre mentiras passadas, presentes e do que vem para o futuro.
A mentira passada das mais divulgadas é a de que o amarelo da bandeira representa o nosso ouro. O amarelo entra na bandeira porque representa a casa imperial dos Habsburgos, à qual pertencia Leopoldina, primeira imperatriz do Brasil. O ouro era dos Bragança, o verde da bandeira.
E, consoante a mentira presente, o ouro não é nosso e, sim, dos que o extraem ilicitamente e ainda se lhes deu o poder de autodeclararem a permissão da lavra garimpeira que não permite a apuração da origem e o controle ambiental da atividade.
A estrada dos tijolos amarelos leva à morte dos povos originários e quilombolas, no limite, à morte do Estado.
Esperemos que mentiras futuras deixem de existir, mediante controles eficientes da produção do tijolo amarelo, cuja extração não destrua o ambiente.
Fique, enfim, a homenagem a esse notável cantor e compositor e a reflexão que ele nos ajudou a ter sobre o tema.
por Wagner Balera
Coordenador do Núcleo de Estudos de Doutrina Social, Faculdade de Direito da PUC-SP.
É Professor Titular de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Coordenador do Núcleo de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Coordenador da Revista Brasileira de Direitos Humanos. Membro da Academia Paulista de Direito. Membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas. Membro da Academia Nacional de Seguros e Previdência. Membro da Academia Brasileira de Direito da Seguridade Social. Membro da Academia Brasileira de Direito Tributário. Advogado.
É Livre-Docente em Direito Previdenciário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Doutorado em Direito das Relações Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Mestrado em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
Presidente do IPCOM (Instituto de Previdência Complementar e Saúde Suplementar)