Os ânimos ainda estão alterados em Brasília por causa das discussões sobre os royalties do petróleo. Todos os dias, debates também são travados acerca de projetos hidrelétricos e termoelétricos no Brasil. O futuro da energia nuclear é motivo de divergências. E a produção de dióxido de carbono, derivado do carvão mineral, assusta a população. É desnecessário, portanto, dizer quão importante é encontrar alternativas para a produção de energia – e como o assunto está em evidência.
Contudo, pouco – ou nada – tem se falado a respeito de uma opção demasiadamente viável: a energia geotérmica, obtida a partir do calor proveniente do interior da terra.
Assim como o pré-sal criou uma nova realidade para o Brasil, a energia geotérmica vai seguir o mesmo caminho, pois nosso país pode se transformar em uma das maiores potências mundiais nesse tipo de energia limpa, segura, barata e renovável. O principal indicativo disso é a abundância de águas termais, boa parte delas ainda pouco utilizadas.
O processo básico consiste em captar o calor das camadas inferiores do solo e transformá-lo em energia elétrica. Obviamente, existem muitos detalhes técnicos a serem discutidos, assim como acontece com toda novidade energética, mas o mais importante é que estamos falando de algo sem riscos, constante, ambientalmente correto e com custos baixos.
Outros países, como a França, Japão e Islândia, estão retirando essa energia de profundidades de até 4 mil metros, e os dados preliminares indicam que, no Brasil, vários pontos podem gerar energia com apenas 300 ou 400 metros de perfuração, o que nos transforma em uma das principais referências do globo. A novidade colocará o Brasil em uma nova era de produção de energia, capaz de causar uma revolução no cenário energético e uma massiva geração de emprego e renda em regiões carentes de desenvolvimento.
Para acelerar os estudos sobre essa possibilidade, propus a criação de uma Frente Parlamentar que fomentará incentivos governamentais a especialistas neste assunto. Precisamos estimular universidades, empresas e grupos de pesquisa a se debruçarem sobre essa perspectiva.
É hora de aproveitar os holofotes do mundo sobre o Brasil e investir no novo. É hora, mais do que nunca, de arriscar, de inventar, de descobrir.
Rogério Peninha Mendonça, Deputado Federal (PMDB/SC)
Rafael Pezenti
UNOPress