Brasília – Especialistas em infância e adolescência e em mídia discutem até amanhã (27), durante o Seminário Internacional de Classificação Indicativa, a influência da programação de veículos de comunicação no comportamento de jovens.
Hoje (26), durante o evento, o professor da Universidade Estadual de Nova York e autor do livro Crianças, Adolescentes e a Violência na Mídia, Steven Kirsh, enfatizou que filmes com conteúdos de violência, sexualidade, que expõem crianças amedrontadas e acidentes podem influenciar no comportamento dos jovens. Segundo Kirsh, com a banalização desses temas, as pessoas sofrem uma “dessensibilização” e as crianças e os adolescentes que estão em fase de formação passam a agir de forma agressiva.
“O que se vê na mídia, gera reações fisiológicas no corpo humano. Se a criança presencia cenas de violência ou sexo seu corpo responderá de acordo com aquilo e a levará a pensar que se trata de algo normal.”
Para o professor, a classificação indicativa de filmes e programas de televisão é importante porque as crianças, principalmente as mais novas, ainda não sabem distinguir ficção de realidade.
De acordo com a representante do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Maria Luiza de Oliveira, o trabalho de classificação indicativa é essencial porque, atualmente, as crianças passam muito tempo em frente à televisão e ao computador. “É essencial que haja essa conscientização tanto aqui, quanto em outros países.”
No Brasil, a classificação indicativa é definida pelo Ministério da Justiça e estabelece a partir de que faixa etária é indicado que as crianças assistam programas de TV, filmes, espetáculos ou brinquem com jogos eletrônicos e de interpretação.
Estudo realizado em 2008 pelo Ministério da Justiça revelou que a maioria dos brasileiros usa a classificação indicativa. Mais da metade dos 4 mil entrevistados disseram que a indicação de idade influencia na escolha do que vão assistir.
O 1º Seminário Internacional sobre Classificação Indicativa será realizado até amanhã (27) no Hotel San Peter, em Brasília.
ABr