Não seria ótimo se houvesse uma pílula mágica para nos proteger contra tudo, desde o resfriado comum, gripe, diabetes, doença cardíaca, esclerose múltipla e câncer? Os organizadores de uma recente conferência em Londres tem certeza de que existe. E ela é chamada de vitamina D.
Depois de ser descoberta como a cura para o raquitismo, a vitamina mágica agora foi reinventada como o mais recente tratamento milagroso para quase tudo. Nos últimos anos as vendas de suplementos de vitamina D tem sido maior que todos os outros suplementos. No entanto, cientistas céticos sugerem que estamos sendo enganados por alegações de benefícios cada vez mais improváveis.
Contudo, o corpo humano absorve a maioria de sua vitamina D da luz do sol, embora o óleo de peixes seja uma boa fonte também. “Há boas razões para duvidar sobre o uso generalizado de suplementos de vitamina D”, afirma o Dr. Mark Bolland, investigador principal de um novo exame de vitamina D. Ele e seus colegas do departamento de medicina da Universidade de Auckland, Nova Zelândia, analisaram os resultados de cerca de 50 estudos envolvendo mais de 200.000 pessoas e descobriram que os suplementos de vitamina D tinham pouco ou nenhum impacto sobre o risco de doença cardíaca, derrame, câncer ou até mesmo fraturas ósseas.
Na verdade, grandes ensaios em que a vitamina D foi comparado com um placebo mostram que os suplementos não têm efeito sobre os resultados, tais como fraturas, quedas, ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e câncer.
É verdade que parte de nós pode não ter um fornecimento diário suficiente devido a dieta carente desta vitamina ou por rara exposição ao sol
Sem dúvida, o raquitismo, uma vez que é uma doença da pobreza, está de volta em algumas partes da Inglaterra, onde as mulheres grávidas e crianças – que precisam dela para o desenvolvimento dos seus ossos – obtém muita pouca vitamina D a partir de sua dieta ou do sol. Mas isso, diz o professor Philippe Autier, epidemiologista do Strathclyde Institute for Global Public Health, em Lyon, na França, e é para isto que serve a vitamina D.
Professor Autier e seus colegas da França e da Bélgica olharam mais de 460 ensaios e estudos que testaram a ligação entre a vitamina D e diversas doenças, incluindo câncer e esclerose múltipla. Muitos estudos que acompanharam pacientes por um período de tempo relataram baixos níveis de vitamina D. Mas quando os pesquisadores analisaram os ensaios em que suplementos de vitamina D foram dados para alguns pacientes e não outros, eles não encontraram nenhuma evidência de qualquer melhoria. A moda de vitamina D, diz ele, é apenas “uma campanha comercial” em queos vendedores de suplementos, lâmpadas UV, alimentos com fortificantes e outros “tiram vantagem do fator chamado deficiência de vitamina D”.
Oliver Gillie, sempre argumentou que a vitamina D é uma “bala mágica” e que as campanhas apoiadas pelo governo para nos manter longe do sol para evitar câncer de pele foram equivocados, privando-nos de uma vitamina natural que precisamos para ficar saudável, que é a luz do sol.
Seja qual for a verdade sobre a vitamina D, que é o tema de uma grande quantidade de pesquisas. Nos últimos cinco anos, 13.500 documentos sobre o assunto foram publicados – mais de 3.500 só no ano passado (2013).
Orientação do Reino Unido atual é clara sobre tomar suplementos de vitamina D e em que quantidade. A indicação é que para a maioria dos adultos são completamente desnecessários.
As mulheres grávidas e lactantes precisam de mais vitamina D. Para se certificar de que elas têm o suficiente para proteger seus ossos e garantir que seu bebê cresce adequadamente, elas devem ter 10 microgramas por dia – cerca de duas vezes a dose encontrada da média do comprimido multivitamínico.
Crianças de zero a seis meses devem ser dadas 8,5 microgramas por dia, caindo para 7 microgramas entre sete meses e três anos, para garantir a saúde dos ossos.
Outros grupos de risco – que se expõe pouco ao sol – que incluem os idosos que saem pouco de casa e aqueles que cobrem sua pele por razões religiosas ou culturais, também devem ter 10 microgramas.
Até agora, o comitê não encontrou nenhuma razão para recomendar suplementos de vitamina D para outra coisa senão a saúde óssea.
A dica é tomar sol e alimentar-se com as fontes de vitamina D
Em média, 90% da vitamina D essencial ao nosso organismo vem dessa metabolização na qual o Sol é o grande responsável. E 10% dessa vitamina D vem de fontes alimentares como peixes de água salgada (sardinha, salmão), óleo de fígado de bacalhau, leite, manteiga, e ovos.
Estima-se que exposições de 5 a 10 minutos, 3x por semana entre 11 horas da manhã e 13 horas (quando os raios solares são mais intensos) em áreas de antebraço ou pernas, sejam suficientes para a produção da vitamina D. Mas, antes consulte o seu médico especialmente se existir tendência familiar ao câncer de pele.
Um adulto saudável precisa consumir, em média, 5 microgramas por dia de Vitamina D e garantir uma exposição à luz solar de 5 minutos por dia, sem o uso de protetor solar.
Alimentos ricos em vitamina D
Óleo de fígado de bacalhau
Porção de 100g = 250 microgramas de vitamina D
Ostras
Porção de 100g = 8 microgramas de vitamina D
Sardinha e atum em lata
Porção de 100g = 4,8 e 6,7 microgramas de vitamina D
Leite fortificado
Porção de 244g = 2,45 microgramas de vitamina D
Peixes
Porção de 100g = 2,2 microgramas de vitamina D
Manteiga
Porção de 100g = 1,5 microgramas de vitamina D
Ovo (Galinha Caipira)
Cada unidade = 1,1 microgramas de vitamina D
Fígado de boi
Porção de 68g = 0,8 microgramas de vitamina D
Queijo cheddar
Porção de 100g = 0,6 microgramas de vitamina D
Carnes (frango, peru, porco) e vísceras
Porção de 100g = 0,3 microgramas de vitamina D
Carne bovina
Porção de 100g = 0,18 microgramas de vitamina D
Mauro Queiroz/UNOPres
Fonte:
www.dailymail.co.uk
www.betteryou.uk.com/pages/Vitamin-D
www.thelancet.com/journals/landia/article/PIIS2213-8587(13)70212-2/abstractwww.mstrust.org.uk