Videira – “Estaríamos na contramão dos princípios estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde, cujo objetivo é garantir a distribuição gratuita de medicamentos aos carentes”. Com essa declaração o prefeito Wilmar Carelli esclareceu um dos motivos pelo qual o município de Videira optou por não implantar, no momento, o programa do Governo Federal intitulado Farmácia Popular do Brasil.
A proposta para a implantação do Programa previa o repasse de R$ 50 mil para a adequação de uma sala comercial no Centro da cidade e R$ 10 mil mensais, para a manutenção do Programa, que prevê o pagamento de 9 funcionários, sendo dois deles farmacêuticos, um responsável pelos serviços gerais e 6 atendentes. Despesas com aluguel, luz e água também deveriam ser pagas com esse recurso. “Não tomamos uma decisão por impulso. Estudamos a viabilidade e só para ter idéia, o piso salarial de um farmacêutico gira em torno de R$ 1.600,00, fora, a carga tributária de cerca de 30% que o município tem que pagar sobre esses salários”, exemplifica o secretário de Saúde – Sandro Caregnato.
Além da questão financeira, o secretário de Saúde explica que há outros motivos pelos quais a idéia não foi encampada pela Administração. Um deles é que três farmácias locais, que recolhem impostos e estimulam a economia de Videira, já aderiram a Farmácia Popular e vendem todos os itens com os preços estipulados pelo programa. “Essas farmácias particulares usam estrutura própria e aderiram ao programa para oferecer mais uma opção de serviço para os clientes. Então, por que o município chamaria para si uma responsabilidade que já é oferecida à população sem nem um custo a mais para os cofres públicos? Seria brincar com o dinheiro do povo”, diz Caregnato.
O segundo motivo apontado pelo Município é a já existência da Farmácia Básica da Prefeitura, que distribui medicamentos gratuitamente à população. “Como iríamos trabalhar com esta dualidade já tendo a Farmácia Básica que é de graça? As pessoas não iam entender porque alguns pagam e outros não”, justifica.
Além disso, a Administração entende, que esses gastos podem ser empregados para garantir a ampliação da distribuição de medicamentos gratuitos pelo Município. “Após analisarmos a proposta concluímos que não haveria benefício para os videirenses, pois deveríamos investir muitos recursos para garantir o funcionamento do programa, que já é administrado em 3 farmácias locais. Preferimos investir na estrutura que Videira já tem montada e ampliar a oferta de medicamentos distribuídos gratuitamente em nossa Farmácia Básica”, diz o Carelli.
O prefeito faz questão ainda de esclarecer ainda, que apesar de não ter a intenção de implantar a Farmácia Popular através do serviço público, que esta, no entanto, não é uma idéia descartada. “Nós sabemos fazer contas. E se lá na frente entendermos que a proposta trará benefícios para a comunidade, não exitaremos em implantá-la”, conclui.
Fonte: Assessoría de Imprensa