Joinville – Joinville e o Distrito Federal foram os únicos no Brasil a serem certificados pelo Ministério da Saúde por terem atingido as metas dos seis critérios epidemiológicos no controle da tuberculose em 2007 e 2008. A certificação foi entregue à enfermeira da Secretaria Municipal da Saúde Débora Morais (que representou a equipe do Programa de Controle da Tuberculose) durante o IV Encontro Nacional de Tuberculose e I Fórum da Parceria Brasileira Contra a Tuberculose que ocorreu entre 26 e 29 de maio, no Rio de Janeiro. Na ocasião, também foram certificados 114
municípios e 15 estados, entre eles Santa Catarina, que tiveram melhora nos indicadores de controle da doença.
A certificação é concedida aos estados e municípios que são referência pela oferta de diagnóstico, garantia de atendimento e aumento do percentual de cura. Dos seis critérios epidemiológicos considerados no controle da tuberculose, três se referiam ao ano de 2007 e outros três aos de 2008. De 2007 foram selecionados os indicadores de percentual de cura, abandono do tratamento e informações sobre o enceramento de casos. Já de 2008 foram consideradas as informações sobre a realização de testes de HIV em pacientes com tuberculose e percentual de pessoas que tiveram de se submeter a um novo tratamento da doença e que realizaram o exame de cultura, que permite o diagnóstico de bacilos resistentes aos medicamentos.
Para a enfermeira Débora,"o prêmio significa o reconhecimento do trabalho e do comprometimento da equipe". Em Joinville, as pessoas que apresentam suspeitas de casos de tuberculose devem se dirigir primeiramente à Unidade
de Saúde. O médico do posto de saúde diagnosticará se existe a doença e, caso seja confirmado, o paciente será encaminhado ao Programa de Controle da Tuberculose.
O tratamento contra a tuberculose dura seis meses e garante 100% de cura. "O paciente deve tomar o medicamento diariamente, que é gratuito, durante esse período e ser supervisionado pelo agente comunitário ou pelo profissional de saúde do posto mais próximo", explica Débora. Essa espécie de acompanhamento do doente, chamada de Tratamento Diretamente Observado (TDO), também foi um dos critérios avaliados como positivo no município.
Durante o tratamento, o paciente é acompanhado mensalmente pelo pneumologista do programa. Após o término, o monitoramento continua. As consultas são trimestrais e após um tempo passam a ser anuais.
Enquanto no Brasil a incidência da tuberculose é de 37,4 por 100 mil habitantes, em Santa Catarina esse número se reduz para 28 casos a cada 100 mil habitantes, uma das menores do país. Em 2008 foram registrados 4.735 óbitos no Brasil em função da doença. Por ano, o Estado registra 1.700 novos casos, sendo que 70% dos pacientes têm de 20 a 50 anos, e 66% são homens.
AI/Redação 24 Horas