Copenhague – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje, em Copenhague, a adoção da meta de 40% de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa até 2020. Em discurso durante a 15ª Conferência do Clima (COP-15) das Nações Unidas, Lula citou dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) segundo os quais a diminuição das emissões deveria ficar entre 25% a 40% até 2020 na comparação com o volume emitido em 1990 para evitar o aquecimento global. "Se quisermos ser realmente ambiciosos, devemos almejar o patamar de 40%", afirmou Lula.
"Essa conferência não é um jogo em que se possa esconder cartas na manga. Se ficarmos à espera do lance de nossos parceiros, podemos descobrir que é tarde demais e todos seremos perdedores", acrescentou.Lula disse que a preservação do Protocolo de Kyoto, acordo internacional que obriga os países ricos que aderiram a promover ações para reduzir emissões, "é absolutamente necessária para que o regime internacional mantenha seu vigor e não pode ser substituído por instrumento menos exigente". O Protocolo de Kyoto, que expira em 2012, não teve a adesão de Washington e foi motivo de impasse entre EUA e os demais países industrializados.
"Os países desenvolvidos devem tomá-lo como referência para a definição de metas de cortes profundos. Essa é essência do conceito de comparabilidades do plano de ação de base", disse Lula. "Os países desenvolvidos devem assumir metas ambiciosas de redução de emissões à altura de suas responsabilidades históricas e do desafio que enfrentaremos.
"O presidente ressaltou que os países em desenvolvimento também devem contribuir com o objetivo, mas, na avaliação dele, as ações devem ser concretas, justas e amparadas em meios financeiros e tecnológicos expressivos, "refletindo a participação de cada país ao longo dos últimos séculos no aumento da temperatura".
"Os países em desenvolvimento devem dar sua contribuição ao esforço global de mitigação. Muitos estão aprofundando suas ações mesmo na ausência de recursos internacionais", afirmou. "É fundamental respeitar o princípio de responsabilidade comum, porém, diferenciada."