Joinville – O consumo humano exagerado e a falta de hábitos sustentáveis causam uma
série de problemas para o meio ambiente. O óleo cozinha e a gordura resultante dos alimentos são exemplos disso. A falta de cuidado com o descarte de substâncias gordurosas pelo ralo das cozinhas de residências, restaurantes e lanchonetes têm gerado, além do mau cheiro, o entupimento de tubulações, vazamentos e até interdição de ruas e avenidas, comprometendo até o trânsito da cidade. Restos de comida e óleo, com o tempo, se transformam em obstruções nos encanamentos, provocando entupimento na rede que deveria levar os dejetos para as estações de tratamento.
A Companhia Águas de Joinville tem enfrentado problemas com vazamentos de esgoto ocorridos principalmente na área central, nas proximidades do Shopping Muller e da Via Gastronômica. De acordo com os técnicos, havia grande quantidade de gordura literalmente enfartando as redes, que acabou provocando vazamento e mau cheiro. "Esse tipo de problema vem ocorrendo, na maioria dos casos, nas proximidades de restaurantes e lanchonetes, onde
a ausência ou mesmo o subdimensionamento de caixas de gordura permite que essa gordura seja levada à rede coletora de esgotos, ocasionando as obstruções", ressalta o gerente de operações e manutenção Darlei Scholz.
Segundo dados da Sabesp, uma família pode gerar cerca quase 2 litros de óleo por mês. No Centro da cidade, o problema se agrava devido a grande quantidade de estabelecimentos comerciais voltados ao manuseio e preparação de alimentos. O volume de óleo e gordura produzido é proporcionalmente maior e parte dessa produção acaba nas tubulações.
Segundo a engenheira ambiental Daniela Finder Vilela de Farias pequenas atitudes fazem a diferença. "Para evitar impacto ao meio ambiente, uma alternativa simples é guardar o óleo usado em garrafas pet, bem fechado, para não atrair vetores como ratos e baratas, e encaminhar para postos de arrecadação (para reciclagem). É importante ressaltar que esse óleo só deve ser armazenado após esfriar. Normalmente esse óleo será destinado à fabricação de produtos de limpeza (sabão), biodiesel entre outros", explica.
Conforme a coordenadora das estações de tratamento de esgoto da Companhia Águas de Joinville, a bióloga Cláudia Rocha, a degradação biológica da gordura é muito mais lenta. "O ideal é que toda casa tenha suas ligações da cozinha e da área de lazer e churrasqueira ligadas às caixas de gordura, e que as mesmas sejam limpas a cada seis meses", indica. Ainda,
conforme a bióloga, desentupir a caixa de gordura utilizando água quente ou soda cáustica não é aconselhável. "A água quente dissolve a gordura e libera a tubulação, mas à medida que a temperatura diminui, a gordura volta a se solidificar causando obstrução em outro ponto", ressalta. E também ensina: "A utilização de soda cáustica aumenta o PH da água e prejudica o tratamento biológico". Segundo ela, já existe no mercado linhas de produtos biológicos na forma de tabletes para aplicação em ralos que, além de eficientes, são ecologicamente corretos.
Entenda a ação do óleo e da gordura no meio ambiente
O óleo de cozinha é uma substância orgânica, isto é, contém carbono em sua composição. Esta condição lhe dá uma característica impermeabilizadora. Caso o óleo seja jogado pelo ralo da pia, seguirá para a rede de esgotos. A sua consistência viscosa entope o encanamento,o que promove a longo prazo enchentes e alagamentos, além de poluir solos e contribuir para a
proliferação de ratos e baratas.
Quando o óleo é despejado nos rios, mares e lagos é formada sobre a água uma película que impede a passagem de oxigênio e luz, comprometendo a vida aquática.
A gordura como fonte proliferadora de micro-organismos ao se misturar à água causa um mau cheiro muito forte, piorando as condições dos odores em torno dos rios e córregos. A visão de um leito sujo e fétido afeta diretamente a qualidade de vida das pessoas, além de ocorrer uma
desvalorização dos imóveis ao redor desses leitos.Confira dicas para evitar o entupimento em redes de esgoto em www.joinville.sc.gov.br
Fonte: Assessoría de Imprensa