Leo Fraiman, psicoterapeuta, professor e consultor do STB – Student Travel Bureau, dá dicas para ajudar na decisão que deve envolver toda a família
A infra-estrutura das escolas de ensino médio do Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Suíça, Austrália e Nova Zelândia, aliada à qualidade de vida desses países, tem atraído a atenção dos pais preocupados com a formação educacional e pessoal de seus filhos. Mas, antes de decidir por um programa como esse, muitas dúvidas surgem na cabeça de quem vai e, principalmente, daqueles que ficam: os pais.
Segundo a gerente de comunicação do STB, Claudia Martins, mesmo que a viagem tenha data marcada para retorno (no caso, a duração do programa High School varia de 6 a 12 meses) e gere uma grande expectativa, pode não ser a decisão mais simples de se tomar. “Intercâmbio envolve planejamento e, sobretudo, preparação psicológica, pois implica diretamente na interrupção do convívio familiar”, explica.
Claudia orienta para que no primeiro momento haja envolvimento de toda a família na pesquisa sobre as possibilidades de destinos, bem como na análise dos costumes e da cultura do país escolhido para a realização do programa. “Mesmo que exista todo o apoio da equipe do STB, que já enviou milhares de jovens ao exterior, é fundamental que tanto o estudante quanto os seus familiares reúnam o máximo possível de informações sobre o local”, salienta.
Questões burocráticas à parte, há ainda o lado psicológico para ser resolvido. Como será a reação dos pais ao verem seu filho passar por uma experiência que, além de nova, foge completamente do seu domínio? E qual será a reação do filho ao conviver com uma família até pouco tempo desconhecida, ou num dormitório estudantil, num lugar diferente? Como pais e filhos podem lidar com situações como essas?
Leo Fraiman, que é consultor do STB, professor e psicoterapeuta especializado em escolha profissional e gestão de carreira, mostra uma luz no fim do túnel. “Os pais exercem papel fundamental na formação do jovem, seja na vida pessoal, seja na profissional. Cabe aos pais a função de co-pilotos do processo de tomada de decisões de seus filhos, ou seja, devem ajudá-los a buscar informações idôneas e diversificadas sobre seus dilemas e dificuldades, incentivar os filhos a encontrar suas próprias decisões antes de resolver tudo para eles. Em relação à viagem, os pais devem tranqüilizar, incentivar e acreditar na capacidade de seu filho. A confiança conta muito nesse processo de separação. Vale a pena investir em um treino de amadurecimento que deve começar bem antes da viagem”.
Definida essa parceria, o próximo passo é instruir o futuro intercambista sobre as regras que deverá seguir durante sua permanência no exterior. O professor Fraiman cita dez mandamentos que, segundo ele, vão favorecer uma vivência saudável e feliz:
Leve um presente para cada pessoa da sua nova família. Com certeza, irão apreciar mais os gestos do que o valor gasto;
Logo que chegar, pergunte como funciona o sistema da casa: lavagem de roupas, horários das refeições, supermercado etc. Também é recomendado não ficar horas ao telefone e nem demorar no banho. Como integrante da família o intercambista deverá ajudar nas atividades do cotidiano, como lavar louça, colocar ou tirar a mesa, aparar a grama, entre outras. Leve um despertador para controlar seus próprios horários e compromissos;
Logo nos primeiros dias considere a possibilidade de realizar um trabalho voluntário. Isso proporciona o desenvolvimento do senso de cidadania, um conhecimento maior da língua e a formação de um círculo de amizades. Além disso, demonstra uma boa vontade do intercambista de se integrar à comunidade local;
A comunicação é a chave do sucesso, por isso evite ficar isolado no quarto. Interaja, aprenda a língua, faça perguntas e fale sobre você. Deixe a timidez de lado e não finja que entendeu. Certifique-se de que as pessoas entenderam o que você disse;
Não julgue, apenas observe. Você irá encontrar pessoas com crenças, religiões e costumes diferentes dos seus. Apenas observe a diversidade humana e aprenda a coexistir;
Observe antes de dar gafe. Não saia cumprimentando com beijinhos as pessoas que você conhecer. Este é um hábito latino que pode deixar constrangidas pessoas de outras culturas. Veja como as pessoas fazem e num primeiro momento, iguale-se;
Mantenha a palavra. Isso gera credibilidade. Se combinar algo, não deixe de ir e nem se atrase;
Seja cooperativo, bem-humorado e paciente com você e com os outros. Lembre-se de que está vivendo uma nova cultura e que assimilar tudo pode levar algum tempo;
Não pense que está no exterior em férias. A presença às aulas é fundamental e sem ela você pode perder seu curso;
Tenha bom senso e atenção por onde anda, já que você não está em seu país. Independemente do lugar onde está, no exterior ou no seu país, você é responsável por sua própria segurança.
“Seguindo todos os passos com disciplina e bom-senso, o jovem adquirirá uma excelente experiência de vida e terá um grande diferencial em seu currículo. Hoje em dia, o mercado de trabalho tem centenas de candidatos para uma vaga de trainee e esta experiência pode ser um fator de desempate. E depois de passar meses fora, certamente o retorno ao lar terá um valor e um gostinho indescritíveis”, diz Fraiman.
Sobre o Student Travel Bureau
Fundado em 1971, o STB é a maior operadora de turismo jovem e estudantil do País. Possui 60 lojas no Brasil, além de uma loja em Sidney, na Austrália e um escritório de apoio na Nova Zelândia. Embarca, anualmente, cerca de 40 mil jovens. Além de intercâmbio cultural para adolescentes e cursos de idiomas para os mais diferentes públicos, oferece viagens, experiências internacionais de trabalho, programas au pair, assistência médica internacional, reserva de acomodações e transporte no mundo todo e a Carteira Mundial do Estudante (ISIC).