Palhoça – A construção de uma ponte do sul de Palhoça para o centro da cidade, com uma via alternativa à BR-101, deve ser a solução para que os moradores do município não paguem o pedágio. A obra deverá ser feita pela empresa OHL, concessionária que administra o trecho. Até ser concluída, os moradores do sul do rio Cubatão para baixo ficarão livres do pagamento do pedágio. O cadastramento dos veículos será feito pela Prefeitura. ANTT, prefeitura e Ideli detalham a proposta em reunião na próxima terça-feira (14), às 9h, em Brasília, para ser levada à OHL
Essa proposta foi formulada numa reunião entre a senadora Ideli Salvatti (PT), o prefeito Ronério Heiderscheidt (PMDB), o diretor geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo Figueiredo, o deputado estadual Décio Góes (PT) e o coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, deputado Gervásio Silva (PSDB). A idéia foi debatida durante um sobrevôo de helicóptero (foto ao lado) realizado sobre a praça de pedágio, após a audiência que o Fórum Parlamentar e a Comissão de Transportes da Assembléia Legislativa realizaram nesta sexta-feira (10/7), por sugestão da senadora. “O fundamental é resolvermos o problema da população de Palhoça”, destacou Ideli.
Audiência Pública
O pedágio em Palhoça é cercado de polêmica: os moradores da cidade protestam por terem de pagar para se descolar dentro do próprio município, enquanto os usuários do Sul do Estado não entendem por que já estão sendo cobradas tarifas por uma obra – a duplicação do trecho Sul da BR-101 – que ainda não está concluída. “Para encontrarmos uma solução rápida, temos de bater nas portas certas, com a proposta certa”, disse Ideli, durante a audiência da qual foi autora do requerimento junto à bancada catarinense na Câmara dos Deputados para discutir o assunto.
As “portas certas”, no entender da senadora, são a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a concessionária da rodovia, a Auto Pista Litoral Sul. Pois, tanto o diretor geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, quanto o representante da empresa, João Neto, estavam presentes no encontro realizado no auditório da Alesc para ouvir as observações de Ideli, dos deputados (estaduais e federais), dos prefeitos, das entidades de classe e das lideranças comunitárias envolvidas de alguma forma com o pedágio.
A senadora explicou que em um estudo da viabilidade para a duplicação da BR-101 efetuado em 2000 já previa a localização das quatro praças de pedágio em SC, inclusive a de Palhoça. Segundo ela, o governo Lula mudou o modelo de concessão, priorizando o menor valor da tarifa do usuário da rodovia e possibilitando uma taxa de R$ 1,10. Na gestão anterior, o determinante era o maior valor global pago pela concessionária e o pedágio hoje custaria (se atualizado pelo IGP-M) R$ 6,85.
“O fundamental é resolvermos o problema da população de Palhoça”, destacou Ideli. A praça de pedágio situa-se em uma região densamente urbanizada, os habitantes utilizam com freqüência o trecho em questão para deslocamentos de curta distância e a ponte sobre o rio Cubatão, que corta a cidade, continua sendo a principal via de tráfego da região. “A outra ponte está muito distante e não oferece condições”, informou ela, propondo que Figueiredo, da ANTT, fosse conhecer a região para ter uma real dimensão da situação – o que foi feito posteriormente em helicóptero cedido pelo governo estadual.
Ante o exposto, o diretor da ANTT prontificou-se a encaminhar uma maneira para que as pessoas movimentem-se sem ônus dentro do município. “Achamos que é possível atender à proposta da senadora Ideli, de fazer um caminho alternativo, e a concessionária mostrou-se disposta”, declarou. Ficou acertada também a formação de uma comissão integrada pela agência, prefeitura, DNIT, concessionária e comunidade para viabilizar, o quanto antes, isenção do pedágio para os veículos com placa de Palhoça.