Brasília – Os peritos que realizam, no Instituto Médico Legal (IML) de Recife (PE), os exames nos corpos das vítimas do acidente com o voo 447 da Air France, solicitaram hoje (12) os prontuários às secretarias de Segurança Pública dos estados de origem dos brasileiros que estavam no Airbus A330. A informação foi divulgada no início da noite em nota oficial conjunta da Polícia Federal (PF) e da Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco.
De acordo com a nota, os parentes de duas vítimas reuniram-se hoje com as autoridades locais, que explicaram as dificuldades técnicas na identificação dos corpos e dos pertences recolhidos no mar.
“Quanto à identificação dos corpos, o estado em que se encontram não garante que uma eventual indicação positiva por parte dos parentes seja conclusiva. Por outro lado, o reconhecimento visual dos corpos, isoladamente, não tem valor legal, se não corroborado por provas técnicas”, diz a nota.
A Polícia Federal e a Secretaria de Desenvolvimento de Pernambuco destacam, ainda, que a tentativa de se identificar as vítimas pelas roupas e pertences é inviável na medida em que dois ou mais passageiros do voo 447 poderiam estar trajando roupas semelhantes ou possuíssem pertences parecidos.
As autoridades afirmam, ainda, que não há previsão de término das atividades periciais por causa do rigor técnico exigido nesse tipo de exame. A PF e a SDS ressaltam que o processo de identificação obedece a protocolos internacionais que garantem segurança e confiabilidade.
“Procedimentos como perinecroscopia, radiologia, datiloscopia [impressões digitais], exame odonto-legal e necropsia são imprescindíveis para assegurar a veracidade dos resultados e ainda para fornecer os elementos que auxiliem na resolução das causas do acidente. Para cada um dos corpos, obrigatoriamente, devem ser observadas essas etapas, para o cumprimento das regras internacionais que disciplinam a atividade”, diz a nota.
Marcos Chagas/ABr