A pílula do dia seguinte é um medicamento de emergência, indicado para situações onde ocorreu a falha de outro método contraceptivo durante a relação sexual ou quando ela foi desprotegida.
Por ser um medicamento onde não há necessidade de apresentar prescrição médica, é facilmente obtido nas farmácias e drogarias. Porém, muitas dúvidas rondam o universo feminino quanto ao uso, eficácia e durabilidade da Pílula do Dia Seguinte, inclusive para evitar os abusos do uso indevido e constante. Para falar sobre o assunto, entrevistamos a ginecologista Dra. Rosa Maria Neme (CRM-SP 87844), graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com residência médica e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo e Diretora do Centro de Endometriose São Paulo, que faz um alerta: “Apesar de não ter contraindicação, a pílula do dia seguinte deve ser ingerida somente em ocasiões de emergência e nunca como um método contraceptivo convencional, pois seu uso freqüente pode alterar o ciclo menstrual”
1- Qual a composição deste medicamento? E por que ele é mais potente em relação às demais pílulas?
A pílula do dia seguinte é composta apenas de progesterona, o levonorgestrel. Ela é considerada mais potente, porque possui maior concentração do hormônio quando comparada a uma pílula tomada diariamente.
2- Como ela atua sobre o organismo? Quais os efeitos colaterais?
A ação da progesterona é tornar o endométrio um ambiente inóspito para a implantação do embrião. Como efeito colateral, pode provocar enjôo, mal-estar e dor-de-cabeça.
3- A pílula do dia seguinte é eficaz? Oferece riscos ou possíveis efeitos colaterais? Quanto tempo após a relação ela deve ser tomada?
Idealmente ela deve ser tomada até 24 horas da relação desprotegida para garantir uma eficácia adequada. Mas, pode eventualmente ser tomada até 72 horas após a relação. Os riscos de gravidez existem e também de ocasionar irregularidade menstrual. Por esta razão, não deve ser tomada sempre.
4- É possível evitar a gravidez com ela?
A pílula do dia seguinte possui uma efetividade de quase 94% se tomada nas primeiras 24 horas, após a relação sexual desprotegida ou acidental.
5- Em quais ocasiões ela deve ser tomada? Precisa de prescrição médica?
Somente em ocasiões de emergência e nunca como um método contraceptivo convencional. Deve ser prescrita sempre pelo médico.
6- Ela tem sido usada por muitos jovens como método regular de contracepção, não emergencial. Qual é o risco desse procedimento?
O grande risco é desregular todo o ciclo hormonal. Essa pílula apresenta uma dose alta de hormônio e se usada de forma não emergencial, pode causar sintomas como irregularidade menstrual importante, efeitos desconfortáveis na pele, como acne e aumento de oleosidade, por exemplo.
7- É perigoso adotar a pílula do dia seguinte como a única forma de evitar a gravidez e as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis)? Por que? O que o uso frequente da pílula do dia seguinte pode causar?
Claro. Em primeiro lugar, por que ela não previne contra DSTs, e em segundo porque usá-la como método para evitar a gravidez, vai causar um desequilíbrio hormonal significativo no organismo feminino. Ela pode ser conciliada esporadicamente com outros métodos, mas se usada com freqüência, pode causar retenção hídrica, aumento da oleosidade da pele, entre outros sintomas.
8- Qual deve ser a periodicidade da pílula?
Deve ser tomada em dose única (postinor uno ®) ou em 2 doses com intervalo de 12 horas entre a primeira e segunda dose (postinor duo ®).
Sobre a Dra. Rosa Maria Neme (CRM-SP 87844)
A Dra. Rosa Maria Neme é graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1996) e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo (2004). Realizou residência-médica também na Universidade de São Paulo (2000). Além de dirigir o Centro de Endometriose São Paulo, ela integra a equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein, Samaritano, São Luiz e Sírio Libanês.
Fonte: Assessoría de Imprensa