Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (9), durante cerimônia em comemoração ao Dia Internacional Contra a Corrupção, que é preciso incentivar as pessoas a denunciar atos de corrupção e dar proteção para que os cidadãs se sintam seguros para denunciar. Ele assinou projeto, a ser enviado ao Congresso, que transforma a prática de corrupção em crime hediondo.
Para Lula, o país tem que agir contra a corrupção como uma pessoa que sempre procura o médico para fazer exames periódicos. “A corrupção é como uma droga. Às vezes, está dentro de casa e as pessoas não sabem. Por isso, precisamos agir como ao fazer um check up. Temos que ser cada vez mais eficientes para controlar o dinheiro público. A outra forma é o processo de denunciar, as pessoas têm que ter a garantia de ser protegidas”, afirmou.
O presidente disse ainda que o combate à corrupção é uma tarefa dura porque quase sempre o corrupto tem cara de anjo. “Acho que o trabalho que estamos fazendo é como fazer um check up. A cara do corrupto é aquela cara de anjo, é aquele que mais fala contra a corrupção, o que mais denuncia, porque acha que não vai ser pego, que sempre vai dar no outro. Mas, de vez em quando, a arapuca pega seu passarinho. E devemos isso às instituições que criamos”.
Lula informou que pretende levar ao G20 [grupo dos 20 países em desenvolvimento] o projeto assinado hoje. Para ele, medidas como essa são difíceis de ser implantadas porque atingem, principalmente, as fraudes no sistema financeiro que causam prejuízos milionários a vários países.
“Pode ser que essa lei não resolva, mas se o Congresso aprovar, talvez possamos passar a ideia de que não existe impunidade no país. Se nós não aumentarmos a punição para essa gente, continuaremos aumentando as cadeias de pobres”, afirmou. “Essas pessoas não querem aprovar essas leis, porque elas mexem com quem tem bala na agulha, com quem tem café no bule”, comparou Lula, em referência a crimes cometidos contra o sistema financeiro ou àqueles que sonegam impostos.
O presidente afirmou ainda que considera melhor que surjam notícias de que existem casos de corrupção, para serem apurados, “do que não sair nada e a gente continuar sendo roubado”.
Ivan Richard/Abr