Balneário Camboriú – Esta semana, as igrejas católicas do mundo inteiro estarão celebrando a festa de “Corpus Christi”. O evento, que mobiliza comunidades pela reflexão da instituição do Santíssimo Sacramento na Eucaristia, é uma tradição que acontece desde o século 13. Em Balneário Camboriú não será diferente. Várias paróquias estarão revivendo a “Última Ceia” de Jesus Cristo junto com os apóstolos, antes da crucificação.
A Igreja de São Sebastião, por exemplo, procurou a Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico para divulgar e viabilizar a sua programação junto à Secretaria de Segurança Pública – através do Departamento de Trânsito (Fumtran/Fundo Municipal de Trânsito) e assim convidar moradores e visitantes para a solenidade cristã, que acontece no Pontal Norte, na próxima quinta-feira, dia 11. O evento inicia com missa às 15 horas, junto ao molhe do Pontal Norte. Na sequência, acontece a procissão que percorrerá Avenida Atlântica até a rua 1901 e posteriormente em direção à Avenida do Estado, com retorno à igreja, que fica próxima ao Hospital Santa Inês, e a benção do Santíssimo Sacramento.
A Paróquia São Sebastião é composta por várias comunidades, entre elas do Bairro das Nações, Centro, Pioneiros, Ariribá, Praia dos Amores e reúne três igrejas católicas, São Sebastião, que é a matriz, São Francisco e Nossa Senhora de Fátima. Segundo informou o pároco, Padre Pedro Carlos Daboit, a confecção de tapetes será na vertical, como aconteceu no ano passado. O que se pede é que os católicos que morem ou estejam em apartamentos e casas por onde passar a procissão, que enfeitem suas fachadas com cartazes ou faixas indicando frases, desenhos, enfim, o que puder ser feito para chamar a atenção à reflexão de Corpus Christi. “Os enfeites significam a devoção da comunidade à Nosso Senhor Jesus Cristo. Enfeitado com símbolos, concede a passagem de Jesus Cristo com dignidade”, explicou Padre Pedro.
O objetivo da procissão, conforme o pároco, é converter os católicos ao testemunho público da fé pela Eucaristia, pela presença viva de Jesus Cristo no Sacramento. “Assim como Jesus andou entre seu povo, nas ruas da Palestina, ele continua no meio de nós”, analisa Padre Pedro. A lembrança da Paixão e Morte do Senhor não significa tristeza para os católicos, e sim, a fortificação da fé pelo “Dom da Eucaristia”. O evento surgiu na Diocese de Liége, na Europa, pela iniciativa da religiosa Juliana de Mont Cornillon que, em suas visões que começaram a ocorrer em 1209, teria recebido uma mensagem de Jesus pedindo uma festa anual em honra do sacramento da Eucaristia. Irmã Juliana foi canonizada em 1599.
Em 1247, aconteceu a primeira Procissão Eucarística pelas ruas de Liége como festa diocesana, transformando-se, posteriormente, em festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica. Em 11 de agosto de 1264, o papa Urbano IV decretou, pela “Bula Transiturus”, a instituição da festa do Corpo de Cristo, mas a celebração só ganhou caráter universal definitivo 50 anos depois, quando o Papa Clemente V, em 1313, confirmou a Bula nas Constituições Clementinas de Corpus Júris, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. Em 1317, o Papa João XXII publicou o Corpus Júris com o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.
A partir de oficialização de Corpus Christi, a festa passou a ser celebrada na quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. Os católicos do mundo todo agradecem, então, o dom da Eucaristia, no qual crêem que Deus é o alimento espiritual da alma.
Silvia C. Bomm
UNOPress