domingo, dezembro 22, 2024

Produtores rurais investem na piscicultura em Jaraguá do Sul

Tilápia, jundiá e carpa estão entre as mais difundidas nas propriedades rurais de Jaraguá do Sul

Jaraguá do Sul – Embora ainda não esteja tão desenvolvida como em outros municípios catarinenses, a piscicultura é um segmento que registra crescimento em Jaraguá do Sul. O engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Rural e Agricultura (Semag), Jackson Haroldo Schütz, acredita que das 2 mil famílias cadastradas pelo órgão, MAIS de 50% já invistam na criação de peixes para consumo, algumas delas exclusivamente e outras para complementar a renda obtida com outros segmentos como avicultura, fruticultura e bovinocultura.

É o caso do produtor rural do bairro Rio da Luz, Alcir Rahn, 39 anos. Sua propriedade já conta com um aviário de frangos de corte e pomar de amora preta e palmeira. No entanto, há aproximadamente dois anos,ele também resolveu investir na piscicultura. O que começou com um viveirose transformou em três. “Aqui eu crio tilápia, catfish, carpa-capim, carpa húngara, bagre africano e pacu”, descreveu.

E pelo visto Alcir já está em fase de ampliação do negócio com peixes já que há um ano iniciou com um pesque-pague. “Estou vendo a questão de um bom projeto para fazer melhorias no pesque-pague, já que o pessoal procura muito, principalmente nos finais de semana”, diz enquanto aponta para o espaço coberto que já conta com mesas e bancos para os visitantes.

Segundo dados do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas(Sebrae) em média, pode-se considerar um investimento inicial para quem quer criar peixes para consumo gira na faixa de R$ 21,6 mil a R$ 32,4 mil mil por hectare (10.000m²) de projeto instalado Jackson acrescenta que esse valor pode ser bem menor ou até maior e vai depender de cada situação, conforme avaliação prévia do projeto e de quanto o produtor pretende investir.

O agrônomo da Semag aponta que existem três critérios básicos que devem ser levados em conta para quem quer investir nesta área. O primeiro deles é a qualidade da água que será utilizada para esta criação. Para tanto, as equipes Da Semag dispõem de equipamento como ooxímetro que registra e monitora  dados referentes à variação de oxigênio dissolvido na água. “A equipe técnica da secretaria também conta com kit para análise dos parâmetros químicos e físicos da água”.

Depois vem a questão dos viveiros. Existem diversas formas de construção. Especialistas recomendam que se opte pelo modelo mais propício ao terreno disponível seguindo os critérios da legislação ambiental vigente. “Não deixa de ser uma forma de nosso produtor aproveitar melhor aquela área não agricultável e ociosa em sua propriedade e com isso conseguir uma renda extra com aproveitamento deste espaço”, afirma o agrônomo Jackson Schütz, Deve-se então efetuar o planejamento de todas as etapas a cumprir, estabelecidas através de assessoria técnica.
Por fim, também dentro de orientação técnica, o produtor deve definir quais espécimes e a quantidade que são recomendadas para seu criadouro. “No caso de Jaraguá do Sul, temos como carro-chefe de nossa produção, a tilápia seguido pelo jundiá e a carpa-capim”, apontou o agrônomo. .

Reflexos – O abatedouro mantido pela Associação Jaraguaense de Aqüicultores, no Rio Cerro, processa semanalmente cerca 1200 kg de pescado sendo 90% desta produção originária de Jaraguá do Sul. Ali os peixes são limpos, cortados em filé  ou mantidos inteiros sem as vísceras, sendo embalados para consumo seguindo os critérios estabelecidos pelos órgãos de fiscalização sanitária. As informações nutricionais assim como o selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) no verso de cada embalagem.

Na visão de Schütz outro reflexo do crescimento da piscicultura em Jaraguá do Sul se reflete nas escolas do município. “Hoje, o peixe produzido aqui já faz parte do cardápio da merenda escolar à disposição de nossos alunos”, observa.

Campanhas – A Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura de Jaraguá do Sul promove anualmente a Campanha dos Alevinos dividida em duas etapas sendo a primeira em fevereiro e a segunda em novembro. “Esses alevinos, oriundos de pisciculturas idôneas, de qualidade genética e de bom preço são repassados aos piscicultores da associação jaraguaense de aquicultores e demais piscicultores do município”, explicou Jackson Schültz.

Através da iniciativa são disponibilizadas 26 espécies: tilápias revertidas tailandesa, nilótica, vermelha e gift; carpas capim, húngara, cabeça grande, prateada e colorida; matrinxã, piracanjuba, piraputanga, piapara, pacu, piauçu, tambacu, curimbatá, cascudo, lambari-do-rabo-amarelo, bagre africano, cat-fish, jundiá, dourado, pintado e trairão.

O secretário municipal do Desenvolvimento Rural e Agricultura, Hideraldo Colle, demonstra satisfação com o crescimento deste segmento em terras jaraguaenses. “Hoje nosso produtor conta com todo apoio técnico necessário para desenvolver nossa piscicultura. Os números apresentados só demonstram que tanto o empenho deste produtor como da equipe de nossa secretaria estão dando os resultados necessários. E se depender nós esta parceria vai ser mantida”, concluiu o secretário.

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