Criciúma – Os deficientes auditivos têm como forma de comunicação a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Qualquer pessoa que tiver interesse em se comunicar com a comunidade surda, pode aprender a linguagem. É o caso de quarenta profissionais do sistema de Educação municipal. Desde julho, professores, psicólogos, fonoaudiólogos e estagiários que trabalham com crianças com tal deficiência, participam do curso de Libras oferecido pelo governo municipal.
De acordo com uma das coordenadoras da educação especial, Sonia Regina Rabelo Alves, o primeiro passo para educar um aluno é conseguir uma comunicação. “Ano que vem essa turma continua e, ainda, queremos abrir uma nova, já que há muita procura”, enfatizou.
Simoni Garcia Conceição de Sá é professora há 13 anos na rede pública municipal. Ela conta que trabalhou com uma criança deficiente auditiva e a dificuldade que tinha para se comunicar com a aluna era muito grande. “Passando por aquele desafio me despertou o interesse de fazer o curso de Libras”, contou.
As aulas são ministradas pelas professoras Albertina Serafim Daminelli e Geisielen Santana Valsechi, esta, deficiente auditiva que aprendeu Libras com a Albertina e agora as duas trabalham juntas. Simoni comenta que é gratificante ver professora e aluna ensinando uma turma tão interessada.
“Eu estou apaixonada pela língua. Para conseguir aprender é preciso gostar”. Ela ainda relata que não é fácil e as pessoas que usam essa linguagem é de forma rápida, o que requer muita atenção. “Quando eu trabalhava com uma criança surda, além de eu não entender o que ela dizia, ela também não me entendia”, desabafa.
A fonoaudióloga que atua no Núcleo de Cooperação Educacional (NCE), Júlia Francisco de Souza Almeida, trabalha, atualmente, com sete crianças deficientes auditivas, de 4 a 13 anos, ajudando-as na reabilitação auditiva, adaptação de aparelho e oralização. São usadas estratégias para aprender o som da fala que não seja de forma auditiva, com utilização de figuras, tato e jogos. Um deles é o chamado “carimbo das boquinhas”. Nele, cada boquinha representa um som.
O processo de aprendizado, de acordo com a fonoaudióloga, varia muito de criança para criança. “Para que o aprendizado seja mais rápido a criança não pode faltar o tratamento”, comenta. Júlia lembra que uma das crianças que faz tratamento há um ano, já está desenvolvendo bem a fala, porém o trabalho é em longo prazo.
A fonoaudióloga também está participando do curso de Libras e diz estar tendo facilidade no aprendizado, já que trabalha há algum tempo com crianças surdas. “Nas atividades que realizamos é preciso se virar para que eles nos entendam e vice-versa”. Ela avalia que na fase que está no curso já melhorou seu trabalho em 50%. “Esses dias consegui contar uma história inteira, para uma criança, em Libras”, completou.
Fonte: Assessoria de imprensa