Projeto pedagógico das escolas EJA e CRANDON resgatou escrita e envio de correspondências de próprio punho, e recriou emoção da chegada da mensagem.
Penha – E chegou o grande dia de estudantes de Penha e Balneário Piçarras conhecerem diretamente as pessoas com quem estavam trocando informações e conhecimento. Hoje, quarta-feira, dia 13, às 19h, a Escola de Ensino de Jovens e Adultos de Penha (EJA), de Praia da Armação, sediará o encontro entre os participantes do projeto de troca de cartas promovido entre a escola penhense e a Escola Crandon, da rede particular de ensino de Balneário Piçarras.
O projeto, segundo informa o diretor Carlos Rodrigo Martins Dias, aconteceu nos últimos dois meses, proporcionando a experiência de envio das tradicionais cartas escritas – para muitos, uma atividade ultrapassada, em meio às novas tecnologias de trocas de e-mails e mensagens via redes sociais ou celulares.
Desde o mês de setembro, alunos das duas unidades de ensino estão trocando correspondências escritas por eles próprios. Segundo Rodrigo, 30 estudantes da sua unidade e outros 27 do Crandon passaram pela experiência da escrita de cartas, dentro da disciplina de Língua Portuguesa e sob orientação da professora Camylla Emanuelly.
A troca de correspondências foi intensa, com o detalhe de que os alunos não se conheciam entre si – algo diferente dos dias atuais, quando as redes sociais da internet facilitam bastante a visualização da pessoa com quem se comunica e o levantamento de muitas informações sobre suas vidas. “Vamos ver a reação, e se serão continuadas estas novas amizades”, observa o diretor.
O envio das cartas não aconteceu pelo Correio, mas através da professora da disciplina, que atua nas duas escolas. “A cada mensagem, era feita a revisão ortográfica das cartas. O aluno não apenas treinou a escrita, mas acompanhou a revisão feita pela professora”, apontou Dias. “E a experiência, além de criar novos laços de amizade, também veio para mostrar que o gênero carta ainda é importante para nossa sociedade.”
Os alunos gostaram da experiência. De acordo com Vânia, da turma 2 do Ensino Médio, “receber uma carta de quem nem conhecemos foi uma experiência nova”. Ela confessa que criou muitas expectativas e ficou ansiosa até receber a mensagem, mas adorou a experiência.
Já a professora Camylla disse que o objetivo foi criar hábitos entre os estudantes. “Os nossos jovens não têm o hábito de escrever cartas, motivo pelo qual resolvi realizar este projeto”, reforçou. “Além de trabalhar a produção textual com os alunos, o projeto proporcionou a emoção da espera de uma carta, algo que o e-mail destruiu”.
Felipe Franco
UNOPress