Copenhague (Dinamarca) – A organização não governamental WWF anunciou hoje (9), durante a 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), um estudo para demonstrar a fragilidade da proposta da União Europeia (UE) destinada a reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa. Os europeus chegaram à Copenhague dispostos a diminuir em 20% as emissões de gases até 2020, em comparação ao nível de emissões de 1990.
Segundo a WWF, a União Europeia deveria dobrar o esforço e alcançar uma redução de 40% das emissões. O estudo, assinado por dezenas de cientistas, entre eles os brasileiros Carlos Nobre, coordenador de Mudanças Climáticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e Luiz Pinguelli Rosa, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, também aponta que a meta de 20% da UE seria “facilmente alcançada” pelos países europeus.
A WWF ainda alerta que os europeus chegaram à conferência sem nenhum compromisso de investir recursos nos chamados projetos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD, na sigla em inglês), voltados para financiar o combate ao desmatamento, principal aposta do Brasil para contribuir no combate ao aquecimento global.
De acordo com Sthephan Singer, cientista da organização não governamental, além de “fraca”, em termos numéricos, a proposta dos europeus não é transparente. “A União Europeia ainda não apresentou os projetos que possam levar a redução dos níveis de emissões nos parâmetros apresentados”, afirmou.
A delegação da União Europeia culpou hoje a China e o G77, grupo de países do qual o Brasil participa, pelo entrave em parte das negociações. De acordo com os representantes europeus em Copenhague, essas nações não permitem o avanço do diálogo a fim de que se alcance um acordo para controlar as emissões de gases no mundo em desenvolvimento.
Roberto Maltchick/ABr