Joinville – Uma aula de conscientização ecológica invadiu o auditório 8a edição da Feira do Livro nesse sábado (2/4). Com o auditório lotado, o jornalista e escritor André Trigueiro palestrou sobre o seu mais recente livro “Espiritismo e Ecologia”, traçando os muitos pontos em comum existentes entre a espiritualidade e o meio ambiente e abordado de que forma, através dessa junção, podemos contribuir para um planeta mais sustentável.
Segundo ele, todas as religiões defendem a vida e é preciso agir com mais sinergia para alcançar a sustentabilidade. “Os ecologistas e os espíritas enxergam sistematicamente. Para os ecologistas, a poluição é visível e para os espíritas, ela é astral. Estamos todos no mesmo barco, pois fazemos parte deste universo com configurações de fenômenos que interagem entre si e tudo que existe na natureza exerce uma importância fundamental para a resiliência do nosso ecossistema”, disse.
No decorrer da palestra, Trigueiro foi mostrando o que parece um paradoxo da percepção visual entre o ceticismo e a crença, na verdade busca um entendimento comum para acompanhar as mudanças do mundo e encontrar soluções para uma vida plena. “Os ecologistas reconhecem o mundo como dinâmico, que catástrofes naturais sempre existiram – que para o espiritismo faz parte da lei da evolução. Se adicionarmos a consciência ecológica a esta percepção de evolução estaremos trabalhando para melhorar o planeta. O meio ambiente começa no meio da gente”.
Entre as muitas questões abordadas para unificar a conscientização na qualidade de vida do ser humano e do planeta, Trigueiro citou a nossa necessidade de consumo em contrapartida ao consumismo imposto como necessidade. “A sociedade de consumo desperta o poder que o consumidor tem de adquirir além do que precisa. Nós somos facilmente atraídos pela palavrinha mágica chamada ´promoção´ e absolutamente tudo que nós usufruímos tem como matéria-prima a natureza. Se é verdade que ser abastado é condição para ser feliz, como explicar tanta gente abastada procurando ajuda terapêutica, por não conseguir suprir a demanda existencial?”, questionou.
Para ele, a esperança está nas pequenas mudanças que cada um se dispõe a fazer. “O mundo é perfeito e o ser humano é feito para estar sempre em movimento. É preciso repensar a economia e a engenharia em meio a uma crise ambiental sem precedentes. Mas mais do que isso, é preciso refletir de que forma eu posso mudar e contribuir para um mundo melhor”.