As ligações indevidas – trotes e pedidos de informação – feitas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), representaram, nos seis primeiros meses deste ano, 87% do total de chamadas. Isto significou um aumento em relação ao igual período de 2008, quando foram computados 84% deste tipo de ligação.
Dos mais de 234 mil chamados recebidos neste primeiro semestre, apenas 30 mil, de fato, foram atendidos por médicos por serem caso de Samu 192. (veja os números completos abaixo). Para a Gerente do serviço, Engre Beilke, as ligações indevidas prejudicam o trabalho da instituição.
“Os trotes normalmente são detectados pelos telefonistas ou pelos médicos reguladores. Em alguns casos chegamos a enviar ambulâncias e só percebemos que a ligação é trote quando a equipe chega ao local indicado. Mesmo as chamadas que não resultam em deslocamento de veículo são prejudiciais, pois seguram a linha impedindo o atendimento de um caso sério. Também temos prejuízo financeiro com trotes pois nos casos de deslocamento de ambulância, o custo pode chegar até R$ 600”, explicou a gerente.
Ela esclarece que o Samu 192 atende as situações graves que podem causar sequelas ou até mesmo levar à morte como, por exemplo, desmaios, paradas respiratórias, crises convulsivas, falta de ar, traumas por acidentes, vítimas de arma branca ou arma de fogo, queda por altura, gestantes em iminente trabalho de parto ou apresentando sangramento, ou surtos psiquiátricos que possam pôr a vida do paciente ou de familiares em perigo. Ou seja: pessoas que necessitam de socorro imediato.
Para tentar diminuir os números de ligações indevidas, o Samu 192 vai intensificar as ações educacionais junto à população, principalmente entre os mais jovens, com palestras sobre o funcionamento do serviço nas escolas e nas empresas. As instituições interessadas podem agendar uma palestra por meio do telefone: 3232-4702.
Atendimento
O socorro à vítima, segundo Engre Beilke, começa no momento seguinte ao recebimento do chamado. É fundamental que os dados sejam repassados com calma pela pessoa que faz a ligação. “Muitas pessoas ficam nervosas em responder às perguntas do médico regulador, entretanto, essas respostas são extremamente importantes para o atendimento, além de detectar trotes”, afirma.
De acordo com Engre, se o familiar ou a pessoa que fez a ligação estiver muito nervoso, é recomendável que ele passe o telefone para alguém que esteja mais calmo e em condições de receber as primeiras orientações. Enquanto a ambulância é encaminhada ao local, o médico regulador continua a passar instruções para amparar a vítima.