Grande parte dos homens, após os 60 anos, desenvolve um aumento da glândula prostática, disfunção conhecida como Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) – tumor benigno mais comum nesse segmento da população.
“As causas da doença não são completamente esclarecidas. Aparentemente, múltiplos fatores contribuem para o aparecimento da HPB, sendo os mais comuns a idade, fatores genéticos e endócrinos. A HPB ocorre por uma proliferação exagerada das células da zona de transição da próstata, região próxima à uretra. Entretanto, o aumento da próstata, avaliado usualmente por toque retal e ultrassonografia, não necessariamente implica na presença de sintomas urinários.
Estes sintomas ocorrem apenas em condições específicas e dependem de outros fatores como doenças associadas, atividade diária e ingestão hídrica, entre outros”, explica Dr. Oskar Kaufmann (CRM-SP 104.028), urologista, especialista em cirurgia robótica em urologia, graduado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo e com doutorado pela Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), membro da Sociedade Brasileira de Urologia e da American Urological Association, Endourological Society.
Nos casos mais sérios, quando a doença comprime a uretra e provoca retenção urinária, a cirurgia se faz necessária, a fim de proporcionar qualidade de vida ao paciente. Os métodos cirúrgicos que, tradicionalmente, tem apresentado melhores resultados são a Ressecção Transuretral Convencional da Próstata (RTU), método clássico no qual a próstata é retirada através da uretra em fragmentos por um bisturi com passagem de corrente elétrica, e a Prostatectomia Supra Púbica, cirurgia convencional aberta realizada por uma incisão abdominal acima do osso púbico. “Estes dois métodos constituem, até hoje, os padrões consagrados, pois representam o que há de melhor para o tratamento da hiperplasia da próstata”, diz o especialista.
Laser Green Light
Como os avanços na medicina ocorrem com muita rapidez, hoje, já existem novos tratamentos para a Hiperplasia Benigna da Próstata. “Mais recentemente, chegou ao Brasil o laser Green Light, que tem mostrado resultados tão eficientes quanto os métodos tradicionais, com vantagens em relação ao tempo de internação e de recuperação pós-operatória, pois é um procedimento ambulatorial”, ressalta Dr. Oskar.
No procedimento cirúrgico com o Green Light, a fibra de laser é introduzida pela uretra, através de um instrumento acoplado a uma câmera de vídeo que permite a visualização do procedimento. O laser então é direcionado para o tecido prostático que vai sendo literalmente vaporizado pela ação do “raio verde”.
“O laser é um método de fácil domínio para o médico urologista habituado com a ressecção transuretral, tendo uma curva de aprendizado muito curta. Além disto, o Green Light apresenta um mínimo de sangramento. Isso se explica porque o laser, ao mesmo tempo em que vaporiza a próstata, provoca a cauterização dos vasos sanguíneos, impedindo sangramento durante todo o procedimento”, relata Dr. Oskar Kaufmann.
Benefícios para os cardiopatas
O tratamento com o Green Light representa um avanço também para os pacientes que fazem uso de drogas anticoagulantes ou ácido acetilsalicílico, como por exemplo, os cardiopatas – não há necessidade de se suspender o uso do medicamento para realização da cirurgia. “Além disto, a irrigação durante o procedimento cirúrgico é realizada com soro fisiológico ao invés de manitol, ou seja, o risco de intoxicação hídrica inexiste. A sonda vesical pode ser retirada 24h após o procedimento, quando comparado aos habituais três a quatro dias pós Ressecção Transuretral Convencional da Próstata (RTU)”, finaliza o médico.
Dr. Oskar Kaufmann (CRM-SP 104.028)
Médico urologista e especialista em cirurgia robótica em urologia. Graduado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo e com doutorado pela Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Dr. Oskar Kaufmann é membro da Sociedade Brasileira de Urologia, American Urological Association, Endourological Society e acaba de retornar ao Brasil, após o período de um ano de pós-doutorado em Endourologia, Laparoscopia e Cirurgia Robótica pela Universidade da Califórnia – Irvine. Além de integrar o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital São Luiz e do Hospital do Homem, Dr. Kaufmann possui mais de 30 trabalhos publicados em veículos científicos nacionais e internacionais.