A usina hidrelétrica Foz do Chapecó atingiu nas últimas semanas um marco para ser comemorado. Praticamente 2/3 das obras foram concluídas com absoluto sucesso, colocando o cronograma em dia, uma vez que a operação comercial da usina deve ser iniciada em agosto do ano que vem. Foz do Chapecó é um marco para a engenharia nacional.
Não só pelos recursos envolvidos, mais de R$ 2,6 bilhões, mas também pelos números que envolvem a sua construção, na divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no rio Uruguai, entre os municípios de Águas de Chapecó (SC) e Alpestre (RS). O concreto utilizado é suficiente para construir oito estádios do tamanho do Maracanã, além das mais de duas mil toneladas de ferro beneficiadas por mês.
A usina é um dos maiores empreendimentos em construção do Brasil. Destaca-se também por ser a primeira usina no país a utilizar em sua barragem de enrocamento um núcleo asfáltico como cortina de vedação, substituindo o núcleo de argila. Essa técnica é comum em países da Europa e nos Estados Unidos e foi escolhida por trazer algumas vantagens construtivas, destacando-se o excelente desempenho como núcleo impermeável e a maior facilidade de execução em períodos de clima úmido.
A construção da usina anda em uma velocidade impressionante, tanto que em 28 meses já alcança a conclusão de fases importantes. Para isso, 4.200 operários trabalham em ritmo intenso, sendo 2.200 alojados no canteiro de obras. Duas centrais de concreto trabalham com capacidade de produção total de 225 m3/hora. Nesse ritmo, foram concluídas, nos últimos meses, as escavações dos túneis de adução, a montagem e instalação dos pré-distribuidores das três primeiras turbinas. Já foi concluída também a montagem de três comportas do vertedouro e está em andamento a montagem de mais cinco comportas, de um total de 15 unidades.
O cronograma de obras está em dia e já foram realizados 72% dos trabalhos para construção da Casa de Força, 76% do vertedouro e 62% da Tomada de Água. Destacam-se também os trabalhos de escavação: foram executadas 92% das atividades de escavação comum, 77% das atividades de escavação em rocha e 72% do concreto estrutural. “Podemos dizer que estamos rigorosamente dentro de nosso planejamento, uma vez que todas as etapas estão em andamento, sejam escavações, estruturas de concreto ou montagens”, revela o vice-presidente da CPFL Geração, Miguel Normando Abdalla Saad.
Ao todo, a construção da usina deve durar 50 meses, com entrada em operação da primeira unidade geradora em setembro de 2010. A última unidade geradora, segundo a previsão da Foz do Chapecó, começará a operar em março de 2011. A hidrelétrica terá uma potência instalada de 855 megawatts, o que seria suficiente para atender a 25% do consumo de energia de Santa Catarina ou a 18% do consumo do Rio Grande do Sul. Sua capacidade seria suficiente também para abastecer mais de 5 milhões de residências. O projeto é gerenciado pela Foz do Chapecó Energia, detentora da concessão da usina e formada pelas empresas CPFL Geração (51%), Furnas (40%) e CEEE-GT (9%).
A CPFL Energia é a maior empresa privada do setor elétrico brasileiro e atua em três segmentos: distribuição, geração e comercialização de energia. Na distribuição atende 6,4 milhões de clientes em 568 municípios, nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná. Na comercialização, tem 21% do mercado livre brasileiro. Na geração, a holding controla relevantes empreendimentos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Tocantins e Minas Gerais. Seu parque gerador é composto por 33 PCH´s (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e tem participação relevante em oito Usinas Hidrelétricas. Atualmente sua capacidade de geração de energia atinge 1.737 MW, devendo alcançar 2.202 MW até 2010, quando a usina hidrelétrica Foz do Chapecó estiver operando comercialmente, e o contrato de cogeração da CPFL Bioenergia estiver em vigor.